Em repúdio à guerra em Gaza, Colômbia não fornecerá carvão para Israel

Lourdes Carvalho Por Lourdes Carvalho
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Foto destaque: governo colombiano - Gustavo Petro e Claudia Sheinbaum Pardo- cientista política mexicana (Reprodução/Instagram/@historiam19)

No último sábado (08), O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que vai suspender a exportação de carvão para Israel, em virtude da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza. A Colômbia já havia rompido relações com Israel em maio deste ano, além de ter cessado a compra de armas fabricadas por países do Oriente Médio.

Petro já havia classificado o governo do primeiro ministro de Benjamin Netanyahu como “genocida”. E agora colocou no seu perfil do X que a suspenção das exportações permanecerá até o término do genocídio.

Exportação maciça de carvão

De acordo com a Associação Nacional de Comércio Exterior da Colômbia, noventa por cento das exportações para Israel são de produtos oriundos da mineração e da energia, incluindo o carvão.

A Colômbia teria exportado uma concentração considerável de carvão para Israel no período de janeiro a agosto do ano passado, 375 milhões de dólares. O carvão é um recurso estratégico para fabricação de armas, mobilização de tropas e fabricação de aparatos para operações militares.


Fornos de carvão na Colômbia (Foto: reprodução/Ferley Ospina/Bloomberg/Getty Images embed)


Receio, apesar do argumento sólido para a suspensão

Apesar do decreto do Ministério do Comércio, Indústria e Turismo Colombiano, a Associação Colombiana de Mineração manifestou preocupação com tal suspensão, devido ao acordo comercial com Israel desde 2020.

“Israel é um destino-chave para as exportações colombianas de carvão térmico. A proibição das exportações coloca em risco a confiança nos mercados e o investimento estrangeiro”.

ACM

Gustavo critica a postura que Israel vem tomando frente ao conflito em Gaza. Agentes do Hamas mataram 1.170 pessoas em Israel, o que provocou a reação Israelense de liquidar 36.801 pessoas em Gaza, a maioria de civis. Essa reação desproporcional teria sido alvo das reiteradas críticas do governo colombiano.

A CIJ (Corte Internacional de Justiça), mais alto órgão judicial da ONU, ordenou que Israel interrompesse as operações em Rafah no mês passado. Além disso, o procurador do TPI (Tribunal Penal Internacional) solicitou a emissão de mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, Yoav Gallant (ministro da Defesa israelense) e três líderes do Hamas.

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