Mais um capítulo pavoroso para o conflito que atinge seu oitavo dia no Oriente Médio. Na data de ontem (19), Israel acusou o Irã de disparar uma bomba de fragmentação sobre o centro do país, uma área densamente povoada. Segundo informou a agência de notícias Reuters, a Embaixada dos Estados Unidos em Israel, bem como os militares do país, relataram que o objetivo iraniano era lançar o armamento para atingir civis. Não há vítimas, mas uma casa foi atingida na cidade de Azor, no distrito de Tel Aviv.
Potência destruidora
O equipamento, apenas antes utilizado na 2ª Guerra Mundial, segundo informação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, estoca inúmeras munições em seus compartimentos internos, para que, após o disparo, estes se abram no ar e, em explosões simultâneas múltiplas, disseminem os artefatos por uma região extensa, destacando, portanto, seu alto poder de destruição.
Um detalhe ainda mais assustador é a capacidade que este tipo de bomba tem de não explodir todos os seus artefatos no momento do impacto contra o chão ou o alvo. Alguns deles permanecem intactos, porém ativos, funcionando, de forma muito semelhante, a uma mina terrestre.
A capacidade letal das bombas de fragmentação, também chamadas de “Cluster Bombs”, é tão alta que, em 2008, 110 países aderiram ao Tratado Internacional denominado ‘Convenção sobre Munição Cluster’, em que se comprometeram a não desenvolver, armazenar e/ou transferir esse potente armamento.
Utilização do armamento
A Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos não aderiram a este Tratado Internacional, assim como o Brasil, duramente criticado em 2017 por Steve Goose, presidente da Coalizão Contra Munições Cluster e diretor da divisão de armas da Human Rights Watch, uma ONG Internacional, que se dedica à defesa e proteção dos direitos humanos em todo o mundo.
A discussão em torno das “Cluster Bombs” voltou ao palco em 2023, após a Ucrânia, de posse do armamento, fornecido pelos Estados Unidos, fez um disparo contra a Rússia, na Guerra entre os países que subsiste há três anos.