Equador suspende temporariamente acordo de isenção de visto com a China

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
3 min de leitura
Foto destaque: Equador suspende acordo de isenção de visto com a China (Reprodução/Pixabay)

O Ministério das Relações Exteriores do Equador emitiu nesta terça-feira (18), um comunicado de suspensão temporária de um acordo de isenção de visto para os cidadãos chineses. O país citou ter registrado no ano passado cerca de 48 mil entradas de cidadãos chineses e 24 mil saídas, deixando outros 24 mil ainda no país.

Essas saídas não foram feitas por “rotas regulares”, já que o Equador é conhecido por ser ponto de partida para a chegada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

O motivo da suspensão

O acordo do Equador com o governo chinês permite isenção de visto para os cidadãos chineses pelo prazo de 90 dias. Mas o fluxo de imigração irregular fez com que os sul-americanos dessem uma pausa temporária nesse benefício. Cerca de metade dos chineses que adentraram o país nos últimos meses não foram embora de forma tradicional e outros milhares permanecem no país em “situação de imigração irregular”. 

O Equador é uma das rotas usadas por cidadãos chineses para imigrar para os Estados Unidos, em uma longa e árdua rota terrestre rumo ao norte do continente. Essa caminhada é conhecida como “zou Xian”, ou “rota a pé” em português.

Existe uma indústria informal, semelhante ao “coiotes” que levam imigrantes de forma ilegal e arriscada pela fronteira do México. Essas pessoas planejam toda a viagem desde o aeroporto, com estadias em albergues gerenciados por chineses, até a fronteira com os Estados Unidos, cobrando taxas altas pelo trajeto.


Muitos imigrantes chineses usam o Equador como rota ilegal para os Estados Unidos (Foto: reprodução/Getty Images embed)


De acordo com dados do instituto nacional de estatísticas do Equador, o número de entradas registrado de 2023 para 2022 de cidadãos chineses no país dobrou, evidenciando a procura do Equador por pessoas dessa nacionalidade. O governo do Equador afirmou estar empenhado em garantir a segurança de seus visitantes para evitar a possibilidade de tráfico humano e assegurar “um controle imigratório adequado”.

A resposta da China

Ao ser questionado sobre a decisão do Equador em um briefing, Lin Jian, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, respondeu que desde que o acordo entre os países foi firmado, em 2016, o mesmo foi benéfico no intercâmbio bilateral de pessoas e na cooperação em vários campos.

O ministro chinês ainda afirmou que o governo se opõe veementemente a qualquer atividade de contrabando e trabalha em conjunto com as agências equatorianas responsáveis em aplicar a lei na fronteira. Dessa forma, há um esforço para reprimir crimes e manter a ordem, inclusive com a repatriação de imigrantes ilegais.

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