A Polícia Civil do Rio de Janeiro deu início, nesta sexta-feira (1º), à Operação Rifa Limpa, visando combater sorteios clandestinos promovidos nas redes sociais e envolvendo personalidades influentes do mundo digital. A ação, coordenada pela Delegacia de Defraudações, investiga a prática de jogos de azar sem regulamentação, associação criminosa e lavagem de capitais, um cenário que atrai milhões de internautas, mas que se revela cada vez mais propenso a práticas fraudulentas.
Entre os alvos estão influenciadores como Vivi Noronha, esposa do MC Poze do Rodo, Roger Rodrigues dos Santos, conhecido como Roginho Dú Ouro, e Jonathan Luis Chaves Costa, o Jon Jon, figuras conhecidas por divulgar prêmios e sorteios para seu público.
Esquema fraudulento envolvia aplicativo manipulado
O esquema investigado utilizava um aplicativo customizado para simular os sorteios de maneira semelhante à Loteria Federal, o que conferia ao sistema uma falsa aparência de autenticidade e legalidade. No entanto, segundo a polícia, o software operava sem a devida auditoria e apresentava sérios indícios de manipulação nos resultados, o que possibilitava o controle das premiações. Essa manipulação é um ponto de preocupação nas investigações, que têm buscado entender como os sorteios foram conduzidos e quem mais estaria envolvido no esquema.
A prática de rifas no Brasil é permitida somente para instituições sem fins lucrativos e exige prévia autorização da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda. Não há registros de que os sorteios promovidos pelos investigados tenham seguido essas exigências.
Influenciadores sob investigação
A ação desta sexta-feira, envolveu mandados de busca em locais associados aos investigados, embora até o momento não tenha havido prisões. A Operação Rifa Limpa reacende o debate sobre a regulamentação e fiscalização das atividades de jogos e sorteios nas redes sociais, que, apesar de amplamente divulgados e de atraírem grande audiência, operam, em muitos casos, à margem da legalidade.
Além disso, o caso alerta para a responsabilidade dos influenciadores ao divulgarem sorteios sem transparência e segurança aos seus seguidores. A Polícia Civil do Rio de Janeiro pretende aprofundar as investigações para identificar o nível de envolvimento dos alvos e de outros possíveis suspeitos, além de buscar formas de coibir práticas semelhantes no ambiente digital.