Solicitantes de visto dos Estados Unidos que estiveram na Faixa de Gaza a partir de 1º de janeiro de 2007 passam, a partir desta quinta-feira (17/04), a ter suas redes sociais analisadas. A medida foi determinada em todos os consulados norte-americanos por meio de um telegrama interno do Departamento de Estado, assinado pelo secretário Marco Rubio. A decisão foi tomada durante o governo do ex-presidente Donald Trump, com o objetivo de intensificar o controle de entrada de estrangeiros no país.
Segundo o documento obtido pela agência Reuters, todos os pedidos de visto — tanto de imigrantes quanto de não imigrantes — serão submetidos a essa triagem, incluindo aqueles de trabalhadores humanitários e diplomatas. A ordem se estende a qualquer pessoa que tenha estado no enclave palestino, independentemente da finalidade da visita.
Vistos podem ser barrados após análise de segurança
Segundo o telegrama, caso sejam encontradas informações “potencialmente depreciativas” nos perfis analisados, será necessário o envio de um SAO (Security Advisory Opinion). Essa ferramenta consiste em uma investigação interinstitucional que avalia se o requerente do visto representa ameaça à segurança nacional dos EUA.
A decisão foi tomada após a revogação de centenas de vistos pelo governo Trump, incluindo documentos de residentes permanentes legais. A medida foi embasada na Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952, que autoriza a deportação de estrangeiros cuja presença seja considerada prejudicial à política externa americana.
Monitoramento atinge organizações humanitárias
O monitoramento das redes sociais dos solicitantes de visto dos EUA também inclui funcionários de organizações não governamentais que atuam ou tenham atuado em Gaza. Mesmo pessoas com funções diplomáticas podem ter seus pedidos afetados, dependendo da avaliação feita durante o processo.


Até o momento, o Departamento de Estado norte-americano não se pronunciou oficialmente sobre a medida. O telegrama com as diretrizes foi enviado a todas as embaixadas e consulados norte-americanos.