Fernando Collor foi preso nesta sexta-feira (25) pela Polícia Federal, na cidade de Maceió, Alagoas. A detenção ocorreu após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que rejeitou os recursos apresentados pelo advogado do ex-presidente, que contestava a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão em decorrência da Operação Lava Jato.
A defesa do ex-presidente comunicou, por meio de nota, que Collor foi detido enquanto estava a caminho de Brasília, onde pretendia cumprir voluntariamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes
“O ex-presidente Fernando Collor de Mello encontra-se custodiado, no momento, na Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana. São estas as informações que temos até o momento”, declarou a defesa.
Operação Lava Jato
A pena foi determinada em 2023, como resultado de um processo vinculado à Operação Lava Jato. Collor foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados com a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
Com a rejeição dos embargos de declaração — recurso utilizado para esclarecer eventuais dúvidas ou omissões em decisões judiciais —, o ministro Alexandre de Moraes entendeu que não havia mais impedimentos legais para o início da execução da sentença. Mesmo sem uma deliberação final do plenário do STF, a ordem de prisão já está em vigor.
Pedro Collor no programa Roda Viva Retro (Vídeo: reprodução/YouTube/Roda Viva Retro)
Era Collor
Em 1989, quando o Brasil realizou a primeira eleição por voto direto após o período ditatorial, Fernando Collor foi eleito com 35 milhões de votos, superando o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ficou conhecido por sua campanha política como o “caçador de marajás”. Pouco tempo após sua posse, denúncias envolvendo o tesoureiro de sua campanha, Paulo César Farias — conhecido como PC Farias — começaram a surgir na mídia. Ele teria solicitado dinheiro a empresários e, supostamente, oferecido vantagens no governo.
Collor chegou a se pronunciar publicamente sobre as acusações, mas em maio de 1992, após uma reportagem da revista Veja, que entrevistava Pedro Collor, irmão do ex-presidente, as denúncias ganharam força. Pedro confirmou o envolvimento de Collor e PC Farias, afirmando que este último era o “testa de ferro” do presidente e que ele tinha conhecimento de todas as transações ilícitas dentro da gestão.