Farmacêuticos são autorizados a prescrever medicamentos; medida gera polêmica

Resolução do CFF amplia a atuação dos farmacêuticos, gerando debates sobre a segurança e a autonomia na prescrição de medicamentos

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Farmacêutica em farmacia.
Foto destaque: Farmacêutica em atendimento (reprodução/National Cancer Institute/Unsplash)

O Diário Oficial publicou, na segunda-feira (17), uma nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos, inclusive os que exigem receita médica. A norma entra em vigor em 30 dias.

O que permite a nova resolução

A nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF), publicada em 20/02/2025, amplia as funções dos farmacêuticos. Agora, eles podem:

  • Prescrever medicamentos, incluindo os que precisam de receita médica (exceto os de “tarja preta”);
  • Renovar receitas feitas por outros profissionais de saúde;
  • Fazer exames físicos, solicitar e interpretar exames para acompanhar o tratamento do paciente;
  • Prescrever medicamentos em emergências, quando houver risco de morte.

Farmacêutica pegando medicamentos (Foto: reprodução/George Frey/Getty Images Embed)


O CFF justificou que as mudanças foram baseadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, a qual prevê que instituições de ensino farmacêutico do país tem como obrigação formar profissionais capacitados para prescrição de medicamentos e outras intervenções em saúde. No entanto, para prescrever medicamentos sob prescrição, o farmacêutico precisa ter Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica.

Críticas da classe médica

A resolução causou forte oposição de entendidas médicas. Francisco Eduardo Cardoso, conselheiro do Conselho Federal de Medicina, afirmou que a resolução é “absolutamente ilegal”. O argumento contra a decisão é que a formação do farmacêutico não inclui disciplinas essenciais do curso de medicina, como exame clínico e interpretação de exames. E que aos médicos são requeridos mais tem de experiência em campo antes de formar e poder estabelecer diagnóstico seguro.

“Eles vão ter que responder na Justiça por editarem uma resolução ilegal. O farmacêutico não tem competência legal e técnica para isso. São competências complementares”, afirmou Cardoso.

Posição do Conselho Federal de Farmácia

Mediante as críticas, o CFF rebateu os argumentos médicos, afirmando que a medida é com base na Lei n.º 13.021, de 8 de agosto de 2014, que estabelece como competência dos farmacêuticos “definir o perfil farmacoterápico do paciente”. Com isso, a prescrição terapêutica não é uma atividade exclusiva dos médicos. E que a medida é coberta pela lei que regula a profissão.


Nova norma para prescrição de remédios (Reprodução/YouTube/Jovem Pan News)

O embate entre farmacêuticos e médicos reacende o debate sobre a autonomia dos profissionais da saúde e até que ponto o farmacêutico pode atuar na prescrição de medicamentos sem comprometer a segurança dos pacientes.


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