Flávio Bolsonaro pede ação dos EUA contra tráfico no RJ
Senador Flávio Bolsonaro pede ação contra barcos de drogas no Rio, declara “inveja” das operações dos EUA e destaca crescimento do tráfico
O senador Flávio Bolsonaro provocou repercussão ao afirmar que sente “inveja” ao ver embarcações de tráfico de drogas abatidas pelos Estados Unidos e sugeriu que operações semelhantes ocorram na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Ele declarou: “Que inveja! Ouvi dizer que há barcos assim aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas.”
No post em inglês, o senador escreveu: “Heard there are boats like this here in Rio… flooding Brazil with drugs.”
Ao adotar o termo “inveja”, Flávio Bolsonaro revela não apenas reconhecimento das ações internacionais, mas questiona por que não há no Brasil ação equivalente ou visível no combate naval ou fluvial ao tráfico.
Terreno da soberania
O discurso desloca-se rapidamente para o terreno da soberania e do controle territorial: ao mencionar os “barcos” nas águas do Rio, o senador lança um desafio às autoridades federais, estaduais e municipais. Ele sugere que, se os EUA realizam esse tipo de ação em outros países, “por que não aqui?”.
Críticos responderam que o comentário toca em teorias de intervenção estrangeira e fragiliza a autonomia brasileira no combate ao narcotráfico. Já entre apoiadores, a fala foi vista como um grito de alerta à leniência percebida no cenário fluminense.
Foco no Rio de Janeiro não é casual
O estado registrou aumento de 105,7% nas apreensões de entorpecentes nos primeiros nove meses de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023.
Esse dado reforça a narrativa de que o tráfico expandiu sua presença e que há lacunas na repressão — o que o senador aproveita politicamente para evidenciar omissão ou urgência.
Ver essa foto no Instagram
EUA anunciou o deslocamento do porta-aviões nuclear Gerald Ford para a região próxima à Venezuela (Video: reprodução/Instagram/@globonews)
A fala de Flávio Bolsonaro, portanto, se insere em um contexto real de intensificação do tráfico e expansão internacional. Resta saber se esta declaração terá desdobramentos práticos, como pedidos formais de intervenção, maior fiscalização marítima ou ainda tensões diplomáticas ou se ficará no campo da retórica política.
Estatísticas de exportação de drogas relevantes
Relatório da Global Initiative Against Transnational Organized Crime (2023) indica que organizações criminais brasileiras participam de cadeias de abastecimento ilícitas que envolvem exportação de cocaína para a África Ocidental e Europa.
O documento do Ministério da Justiça e Segurança Pública relata que o Brasil é país de trânsito e exportador de drogas ilegais, com rotas marítimas e fluviais transitando por sua Amazônia.
