A Força Espacial dos Estados Unidos revelou uma iniciativa pioneira destinada a garantir a segurança e a soberania no espaço, anunciando o primeiro exercício militar em órbita da potência americana.
Sob o nome de Victus Haze, esta missão representa uma colaboração sem precedentes entre a Força Espacial e empresas do setor aeroespacial, com o objetivo de demonstrar a capacidade de contra-ataque diante de possíveis “agressões em órbita”.
Segundo o comunicado oficial da Força Espacial, a Rocket Lab e a True Anomaly serão as principais colaboradoras neste exercício histórico. A Rocket Lab ficará encarregada de lançar uma espaçonave que perseguirá um satélite construído pela True Anomaly, em um cenário elaborado para simular ameaças reais no espaço.
Detalhes da operação
O exercício, supervisionado pelo Comando de Sistemas Espaciais da Força Espacial, visa fornecer insights valiosos sobre como as forças militares podem responder a situações de potencial perigo em órbita terrestre. Identificam-se como possíveis ameaças satélites que se aproximam indevidamente de espaçonaves americanas ou exibem comportamentos suspeitos e incomuns.
O General Michael Guetlein, vice-chefe de operações espaciais da Força Espacial, ressaltou a importância de investigar e compreender os ativos espaciais de outras nações para avaliar suas intenções e capacidades. Este exercício inovador está programado para ocorrer em duas fases distintas.
Etapas da operação
Na primeira fase, a espaçonave da True Anomaly será lançada para simular um satélite adversário, enquanto a Rocket Lab lançará sua espaçonave para inspecioná-la. Posteriormente, as espaçonaves trocarão de papéis, com a True Anomaly manobrando ao redor da espaçonave da Rocket Lab.
A conclusão do exercício está prevista para o outono de 2025, quando ambas as empresas entregarão suas espaçonaves à Força Espacial.
Corrida espacial
Operações militares em órbita não são completamente novas na história espacial. Nos anos mais recentes, diversos países têm demonstrado interesse em desenvolver capacidades militares no espaço, levando a uma série de operações semelhantes.
A China, por exemplo, realizou em 2007 um teste anti-satélite que destruiu um de seus próprios satélites em órbita baixa da Terra, gerando preocupações internacionais sobre a militarização do espaço.
Além disso, os Estados Unidos já realizaram operações de vigilância e manobra de satélites em órbita, como parte de exercícios para testar suas capacidades e salvaguardar seus interesses estratégicos.