Garimpo desmatou quatro campos de futebol por dia em terras indígenas em 2023 

Alice Accioly Por Alice Accioly
2 min de leitura
Foto destaque: garimpo de ouro na Amazônia paraense (reprodução: Gustavo Basso/ National Geographic Brasil)

O garimpo ilegal em terras indígenas desmatou o equivalente a quatro campos de futebol por dia no ano de 2023, segundo relatório divulgado pelo Greenpeace Brasil nesta segunda-feira (11). Nas áreas analisadas pela organização, os povos mais afetados pelo garimpo foram os Yanomami, Kayapó e Munduruku.

Sobre os resultados da pesquisa

Os dados foram colhidos pela Greenpeace com base em imagens de satélites. O levantamento indicou que os territórios dos Yanomami, Kayapó e Munduruku correspondem a 26,4 mil hectares do garimpo clandestino. Essas terras são protegidas por lei e a atividade exploratória na região é crime.

O território que mais é atingido pelo garimpo é o Kayapó, localizado no Pará. Só no ano passado, os garimpeiros tomaram 1 mil hectares da área. Até o momento, o território perdeu 15,4 mil hectares no total e a atividade é praticada em locais próximos às aldeias indígenas.

De acordo com os dados da Greenpeace, o povo Yanomami teve 200 hectares de território afetados pelo garimpo ilegal em 2023. Ao decorrer dos anos, o território desse povo indígena perdeu o total de 3.892 hectares de suas terras.


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Operação do Ibama identifica garimpo ilegal em território Yanomami (foto: reprodução/ Istó é/ Bruno Kelly)

Depois dos Kayapó, o povo Munduruku é o segundo com maior quantidade de terras devastadas pelo garimpo. Até o fim de 2023, a pesquisa da organização indicou que 7 mil hectares do território dos Mundurukus foram tomados pela atividade ilegal.

Ajuda temporária do governo

No início de 2023, o governo Lula se comprometeu em dar apoio no combate do garimpo nas terras do povo Yanomami. Em fevereiro, foi decretada situação de emergência nacional no território indígena ameaçado.

A pesquisa da Greenpeace mostra que houve uma queda no número das áreas afetadas pela atividade no mês de fevereiro, quando o Governo Federal prestou ajuda. Porém, em março, os dados disponibilizados pela organização ambiental demonstram um pico de novas áreas de garimpo na região.

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