O governo federal, através do ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que está lançando um importante plano de ação para mitigar os impactos dos alagamentos no Rio Grande do Sul.
A iniciativa envolve a contratação de um estudo abrangente, que abordará tanto obras de infraestrutura quanto medidas ambientais. O foco principal é melhorar o escoamento das águas das chuvas em todos os rios que deságuam no Guaíba, além de conter o acúmulo de águas na região de Porto Alegre.
Este esforço coordenado visa não apenas proteger a população local, mas também fortalecer a resiliência da região diante dos últimos eventos climáticos extremos.
O ministro salientou ainda que a determinação foi de contratar a agência de desenvolvimento alemã que, nas décadas de 1960 e 1970, liderou a implementação do sistema de diques para controlar as águas nas proximidades da capital gaúcha.
Objetivos centrais do estudo
O estudo a ser contratado será estruturado em três principais áreas de foco:
- Estratégias para controlar o fluxo de água nas regiões montanhosas e nos vales, como os das bacias dos rios Taquari e Antas, visando evitar o transbordamento e a consequente inundação.
- Propostas para incrementar a capacidade de escoamento das águas do Guaíba e da Lagoa dos Patos em direção ao oceano, a fim de reduzir o risco de alagamentos nas áreas costeiras.
- Medidas para fortalecer o sistema de diques existente em Porto Alegre e aprimorar os procedimentos de manutenção, garantindo assim uma proteção mais eficaz contra enchentes na capital e arredores.
Etapas do projeto
Segundo o ministro, na primeira parte do projeto, o foco está na criação de barreiras para evitar novas inundações e assim começar o processo de reconstrução das vegetações e a realocação da população que mora a beira rio.
Para a segunda parte do projeto, o estudo vai visar a criação de um canal entre a Lagoa dos Patos e o mar para escoamento em casos de cheias, além de aumentar a vazão do Rio Guaíba.
Na terceira parte do projeto, o foco está nas avaliações e possíveis correções no sistema de diques que protegem a capital, além de projeções para condições meteorológicas extremas que possam vir.
Cidades do RS são tomadas pelas águas dos Rios que transbordaram com o excesso de chuvas (Foto: reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)
Tragédia das cheias no Rio Grande do Sul
As enchentes que aconteceram no fim de abril e início do mês de maio, causaram perdas e danos a população e até o momento foram registradas 151 mortes, além de 104 pessoas que permanecem desaparecidas, segundo relatório da Defesa Civil mais recente.
Mais de 600 mil pessoas estão desalojadas, divididas entre abrigos e casas de conhecidos ou família e segundo dados levantados pelo governo, cerca de 460 dos 497 municípios do estado foram afetados pelas chuvas, enchentes e inundações.