A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 22 anos, afirmou nesta semana ter sido sequestrada por forças israelenses em águas internacionais enquanto participava de uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza. A jovem fazia parte da tripulação de um pequeno navio com 12 pessoas a bordo, organizado pela Freedom Flotilla Coalition (FFC), que tentava entregar uma carga simbólica de ajuda humanitária e denunciar a crise em Gaza.
Em vídeo publicado no Instagram, Thunberg declarou: “Meu nome é Greta Thunberg e sou da Suécia. Se você está vendo este vídeo, é porque fomos interceptados e sequestrados em águas internacionais pelas forças de ocupação israelenses, ou forças que apoiam Israel. Peço que meus amigos, família e camaradas pressionem o governo sueco para nos libertar o mais rápido possível”.
Interceptação e deportação
A embarcação foi interceptada ainda na manhã de segunda-feira (9), segundo informações do grupo FFC. A ativista foi levada para o porto de Ashdod, em Israel, e posteriormente transferida para o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, em nota, ironizou a ação, classificando o barco como um “iate de selfie”.
“Thunberg acaba de deixar Israel em um voo para a Suécia (via França)”, informou o ministério na manhã de terça-feira (10), divulgando uma foto da ativista sentada em um avião.

Acusações de ilegalidade
Ao desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, Thunberg reafirmou que o ato constituiu um sequestro ilegal: “Fomos sequestrados em águas internacionais e trazidos contra a nossa vontade para Israel, onde fomos mantidos no fundo do barco sem poder sair”.
A FFC exige a libertação imediata de todos os detidos.
Contexto e críticas
Greta destacou que a verdadeira questão vai além da sua detenção: “O que está acontecendo em Gaza é um genocídio, com uma fome sistemática causada pelo cerco e bloqueio israelense”.
As autoridades israelenses informaram que ativistas que se recusarem a assinar documentos de deportação serão levados à justiça para autorização formal da deportação, conforme a legislação local.
Desde que Israel lançou sua campanha militar em Gaza, em resposta ao ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 — que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados —, ao menos 54.927 pessoas foram mortas no território, segundo o ministério da Saúde controlado pelo Hamas.