Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, enfrenta novas turbulências no mercado internacional após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura atualizou, nesta quinta-feira (22), a lista de países que suspenderam as importações de frango brasileiro. A Arábia Saudita endureceu sua posição, enquanto a União Eurasiática reduziu o alcance de seu bloqueio
Restrição união euroasiática
A Arábia Saudita, quarto maior comprador da carne de frango brasileira, ampliou o embargo que antes era restrito ao município de Montenegro e agora passa a abranger todo o estado do Rio Grande do Sul, onde foi registrado o foco da doença. A decisão aumenta a pressão sobre o setor avícola brasileiro, que já vinha sofrendo com medidas de contenção adotadas por outros países.
Por outro lado, a União Eurasiática — composta por Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão — aliviou as restrições. Inicialmente, o grupo havia bloqueado a compra de frango de todo o território brasileiro. Agora, o embargo vale apenas para os produtos oriundos do Rio Grande do Sul.
Ministro da Agricultura Carlos Fávaro em reunião com a imprensa (Foto: reprodução/Instagram/@ mapa_brasil)
Embargo as exportações
A entrada dos Emirados Árabes Unidos na lista de países com restrições também chama atenção. Segundo maior cliente da exportação de frango do Brasil, o país aplicou o embargo de forma localizada, apenas para o município de Montenegro. De acordo com o Ministério da Agricultura, o impacto prático é limitado, já que o único frigorífico exportador da região está fora do raio de risco da contaminação.
As exportações de ovos, que representam apenas 1% da produção nacional, seguem praticamente inalteradas. Apenas o Chile suspendeu as compras. Estados Unidos, Japão, México e os próprios Emirados seguem importando normalmente. O Brasil segue sem novos casos desde a desinfecção da granja em Montenegro, finalizada na quarta-feira (21). Se nenhuma nova ocorrência for registrada nos próximos 28 dias, o país poderá se declarar livre da doença — mas o retorno ao mercado internacional pode demorar.