Em processo de luta pela libertação do território ucraniano do conflito armado, em parte comandado pela Rússia, negociações de paz na Suíça estão marcadas para ao mês de junho com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Entretanto, pela visão da Rússia, tais negociações são sem sentido, especialmente com a falta da participação de Moscou.
Quadro diplomático atual
Em declarações nesta última quinta-feira (02), o governo russo afirmou não ver sentido no encontro para discussões sobre o conflito na Ucrânia em conferência planejada pela Suíça. Em contrapartida, o governo suíço replicou que nesta fase a Rússia não está entre os países abordados, ressaltando em acréscimo declarações russas anteriormente afirmando a falta de interesse nesse tipo de negociação.
O anúncio sobre a cúpula para a discussão do conflito foi confirmada em janeiro, pela Suíça, a pedido do presidente do país europeu em conflito. O evento acontecerá entre os dias 15 e 16 de junho, próximo a cidade suíça de Lucerna.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, salientou a incerteza da iniciativa que demonstra-se não confiável, fazendo com que a Suíça voltasse a declarar que um processo de paz com a participação do país euro asiático ainda não é possível.
“Não entendemos que tipo de marco é esta conferência de paz. De que tipo de conferência podemos falar, que tipo de conferência séria com sérias expectativas de algum tipo de resultado, sem a participação da Rússia? […] Isso é completamente impossível e está claro que se trata de algum tipo de iniciativa que não tem foco em resultados”, afirmou Peskov.
Zelensky também comentou sobre a insistência das declarações, ressaltando o envio de convites e a razão principal para o encontro entre os países: “praticamente a primeira oportunidade real para começar a restaurar uma paz justa”, comentou o presidente. Ele acrescentou as possíveis tentativas do presidente russo, Vladimir Putin, de atrapalhar os esforços da cúpula: “com manipulação e com a força dos ataques de seus terroristas”.
Olhar da Ucrânia
Em entrevista à revista Foreign Policy, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, evidenciou: “Sabemos que não faz sentido ter a Rússia à mesa [de negociações] se não for possível garantir que eles ajam de boa-fé”. O ministro ainda complementou dizendo que pressionar a Rússia e reunir países que compartilham dos mesmos princípios deveria ajudar no diálogo com Moscou.
As autoridades russas argumentaram falta de credibilidade pela Suíça devido adoção de sanções da União Europeia pelo país contra Moscou, fazendo assim uma imagem negativa de confiança como intermediário neutro. Por outro lado, o governo suíço destacou que as conversas serão baseadas na fórmula de paz apresentada por Zelensky, recorrendo à retirada de tropas e responsabilização do país em questão por suas ações com base no direito internacional.
“O objetivo global da reunião é inspirar um futuro processo de paz”, reforçou o governo suíço.
As delegações convidadas para a conferência incluem membros do G7, G20, Brics, União Europeia, organizações internacionais e dois representantes religiosos, de acordo com a Suíça.