Hospital em São Paulo recusa implementação de DIU por seguir diretrizes católicas

Beatriz Lima Por Beatriz Lima
2 min de leitura
Hospital em foco. (Reprodução/ Hospital São Camilo)

Nesta segunda-feira (23), foi notificado que uma das unidades do Hospital São Camilo, localizada em São Paulo, recusou a implementação do dispositivo intrauterino (DIU) em uma paciente por estar seguindo regulamentações “de uma instituição católica”.


Representação da implementação do DIU em destaque (Foto: reprodução/Tartila/Adobe Stock)


O caso notificado

A produtora de conteúdo, Leonor Macedo, de 41 anos, foi a cliente negligenciada pelo hospital. A mulher ficou confusa e perplexa ao ser informada pela médica que o procedimento de implementar o DIU não ocorria por conta da religiosidade.

De acordo com informações divulgadas por Macedo para o portal de notícias G1, essa situação nunca teria sido imaginada por ela. “Fiquei em choque, imagina, nunca tinha passado pela minha cabeça que em 2024 isso poderia acontecer e que as coisas ainda eram tão atrasadas assim”.

A paciente ainda refletiu sobre como algumas instituições seguem diretrizes ultrapassadas. “Para alguns lugares as coisas ainda são muito ultrapassadas e não tem outra solução a não ser a gravidez. Você não pode adotar um método contraceptivo que é totalmente legal, não pode fazer um aborto caso engravide, então você perde o direito sobre o seu corpo, você está sempre sendo regulado e ditado por outras coisas, por coisas maiores, como instituições religiosas, mesmo não sendo religioso”, relatou Leonor.

A questão do hospital

Por meio de uma nota, o hospital explicou que só realizaria a implementação do DIU ou a vasectomia em homens se envolvesse algum risco a vida do paciente, por seguir as matrizes do catolicismo. Ou seja, é apenas em último caso que métodos contraceptivos seriam permitidos.

Existem algumas divergências na decisão do hospital por se tratar de uma questão de saúde pública. Enquanto alguns afirmam que era obrigatoriedade da instituição realizar o procedimento porque o Estado é laico, outros defendem que tudo depende dos protocolos da rede hospitalar.

Assim, esse caso é um exemplo para ser estudado em questões políticas, para garantir um melhor esclarecimento na saúde pública.

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