Nesta quarta-feira (31), Aurélie Godard, chefe de atividades médicas em Gaza, dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), informou que o hospital Al-Shifa, localizado no norte de Gaza, permanece em funcionamento, porém não se encontra numa situação muito funcional.
Mudança de atividades
Godard realizou no dia 22 de janeiro, sua primeira visita ao hospital Al-Shifa, desde que a organização Médicos Sem Fronteiras retirou sua equipe do local em novembro do ano passado. O MSF afirma que pouco a pouco, o hospital foi se transformando em um campo para desalojados, agregando em suas instalações atualmente cerca de 50 mil pessoas.
Recursos escassos
Ainda segundo a organização, os recursos no local encontram-se escassos, sendo que a falta de combustível é um dos fatores que mais impedem os profissionais de realizarem procedimentos de forma adequada à pessoas que precisam de atenciosos cuidados médicos.
Em média, são necessários diariamente três mil litros de combustível para manter em funcionamento. Felizmente, em sua visita ao local, Aurélie Godard levou consigo um comboio da ONU para entregar 19 mil litros de combustível, que serão utilizados para acionar os geradores de energia das instalações, garantindo assim, o funcionamento do hospital por pouco menos de uma semana.
Há cerca de um mês, Al-Shifa enfrentou outro problema grave de recursos em escassez, no caso a falta água potável e alimentos. Em visita ao local na ocasião, a OMS – Organização Mundial de Saúde – informou a chegada de centenas de feridos e pacientes chegando ao local a todo momento, relatando a aplicação de suturas no chão e alertando, já naquele momento, que a capacidade do hospital para prestar determinados tratamentos é limitada.
Vale lembrar também que há três meses foi realizada pelas tropas israelenses, uma operação para vasculhar o interior de Al-Shifa. Apesar do conflito com soldados durante o cerco ao lado de fora do hospital, os soldados israelenses não enfrentaram embates a partir do momento em que se encontraram dentro das instalações.