Nesta segunda (26), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou que um imigrante retido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi isolado em um hotel na região devido à suspeita de mpox. A notificação sobre o caso foi feita na tarde do domingo (25).
De acordo com o comunicado da Anvisa, uma equipe do Posto da agência no Aeroporto de Guarulhos foi acionada pelo serviço de saúde local após a identificação de sintomas compatíveis com a mpox. O imigrante, que chegou ao aeroporto em 14 de agosto, estava na área destinada a pessoas que aguardam a concessão de refúgio no Brasil.
“Em conformidade com o plano de contingência estabelecido, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de São Paulo (CIEVS-SP) foi imediatamente notificado e o caso foi encaminhado para isolamento e realização de exames no serviço de saúde do município de Guarulhos. Posteriormente, o paciente foi transferido para o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista”.
A Secretaria de Saúde de São Paulo informou, no final da tarde de segunda, que a principal hipótese é que o paciente esteja com varicela.
Anvisa
A Anvisa informou que, até agora, 507 imigrantes continuam à espera de entrar no Brasil. As autoridades entrevistaram os outros viajantes no local, aplicaram 397 questionários, mediram a temperatura e verificaram sinais de doença na pele. Segundo eles, nenhum outro caso foi identificado. Além disso, foram implementadas medidas de limpeza e desinfecção no aeroporto.
A Defensoria Pública da União solicitou a criação de uma sala de situação para monitorar em tempo o fluxo de entrada e saída do país, como uma medida para proteger a saúde pública e garantir a segurança nos aeroportos.
Sobre a mpox
A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a mpox, antes chamada de varíola dos macacos, como uma emergência de saúde pública global. Os casos da doença estão sob vigilância internacional. O surto atual é causado por uma cepa mais transmissível e letal, que afeta principalmente países da África.
Paciente com feridas causadas pela mpox (Foto: reprodução/Ernesto Benavides/AFP/Getty Images Embed)
A transmissão da mpox ocorre por contato direto com pele ou lesões infectadas, incluindo órgãos genitais e boca, ou por gotículas respiratórias. Também pode ocorrer por mordidas ou arranhões de animais infectados, ou durante a caça, manipulação e consumo de animais contaminados.
Os principais sintomas da mpox incluem febre, dor de cabeça, mal-estar e erupções cutâneas que surgem em qualquer parte do corpo, geralmente resultantes do contato pele a pele com uma pessoa infectada.
A confirmação do diagnóstico é feita por meio de um teste PCR, que detecta o vírus de forma rápida e precisa, semelhante aos testes usados na pandemia de COVID-19.