Perícia confirma que metanol foi adicionado em bebidas apreendidas em SP

Força-tarefa da perícia confirmou que metanol não surgiu da destilação natural, através da análise de dois grupos de bebidas apreendidos em fiscalização

08 out, 2025
Perícia analisa garrafas apreendidas em fiscalização | Reprodução/X/@g1
Perícia analisa garrafas apreendidas em fiscalização | Reprodução/X/@g1

Análise realizada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo aponta que o metanol encontrado em bebidas alcoólicas destiladas foi adicionado, confirmando que a substância não é resultado de uma destilação natural. A perícia foi realizada em dois grupos de garrafas, mas não foi divulgado pelo instituto a quantidade ou os tipos.

Desde que os casos de intoxicação por metanol começaram a surgir em São Paulo, autoridades estaduais intensificaram as investigações. Na última sexta-feira (3), o IC (Instituto de Criminalística) articulou uma força-tarefa para analisar garrafas apreendidas em fiscalizações, buscando investigar a adulteração das bebidas com metanol. Até quinta-feira passada (2), mais de mil garrafas já haviam sido confiscadas e entre elas, 250 haviam sido encaminhadas para análise no instituto.

Análise pericial

Segundo o Instituto de Criminalística, de fato o metanol encontrado nas garrafas surgiu de uma adulteração, e não como resultado de destilação natural. Entretanto, não foi confirmado pelo órgão a quantidade e os tipos de bebidas do grupo que confirmaram isso. 

Por meio de nota oficial nesta terça-feira (7), a instituição afirmou que atua 24 horas na realização de perícias de constatação e concentração das amostras levadas pela Polícia Civil. Além disso, o órgão complementou informando que também é realizada a análise documentoscopia de rótulos e lacres das garrafas. 


Aumento dos casos de intoxicação por metanol preocupam autoridades (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Em primeiro momento, o processo de análise se inicia com a checagem das embalagens, em busca de rompimentos ou sinais de reutilização da bebida. Em seguida, a bebida vai para um processamento que separa os componentes do líquido, assim verificando as substâncias presentes na mesma. Somente após o laudo final é que se sabe se há presença do metanol e a quantidade da substância presente.

De acordo com o governo de SP, 16 mil garrafas foram recolhidas desde 29 de setembro. Para enfrentar esse cenário, o Instituto de Criminalística montou uma força-tarefa com a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária para apurar os casos e analisar garrafas apreendidas, além de realizar fiscalizações em bares e distribuidoras.

Investigações em São Paulo

Até esta terça, haviam sido confirmados 18 casos de intoxicação por metanol, de acordo com o governo de São Paulo. No momento, há 158 casos sendo investigados e 38 foram descartados como intoxicação pela substância. Entre os casos, três mortes foram confirmadas e sete seguem em investigação.

Nas investigações em andamento, as autoridades trabalham com duas hipóteses de como o metanol foi parar nessas bebidas. A primeira é de que o metanol pode ter sido usado para higienizar garrafas reutilizadas, de acordo com o governador de SP, Tarcísio Freitas. A segunda hipótese é de que o metanol foi usado para aumentar a quantidade de bebidas falsificadas durante a produção. A Polícia Federal não descarta nenhuma hipótese até o momento, até mesmo de que a adulteração tenha sido uma manobra realizada após uma operação contra o crime organizado no fim de agosto.

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