Nesta terça-feira (25) aconteceu um protesto em Nairobi, Quênia, contra o aumento de impostos. Um grupo de manifestantes invadiu o Parlamento do Quênia, após enfrentamento entre a polícia e manifestantes dez pessoas morreram. De acordo com testemunhas da agência de notícias Reuters, manifestantes atearam fogo no hall de entrada do Parlamento.
A ativista queniana, Auma Obama, participou das manifestações. Ela é irmã, por parte de pai, do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e relatou à rede CNN Internacional que foi atingida com gás lacrimogêneo por policiais locais.
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“Queremos fechar o Parlamento, e todos os deputados deveriam renunciar”, disse Davis Tafari, manifestante que tentava entrar no Parlamento, à Reuters. Protestos e confrontos ocorreram em diversas outras cidades do país.
O governo queniano
Segundo a imprensa local, o presidente William Ruto deve anunciar estado de emergência no país e colocar o Exército nas ruas.
A crise econômica do país vem de diversos fatores, entre eles: a pandemia do COVID-19, uma seca histórica e a guerra entre Rússia e Ucrânia. A dívida já chega a consumir mais de um terço da receita do país; devido a tal situação o governo vem tentando recolher mais impostos.
Presidente do Quênia, William Ruto (Foto: reprodução/Getty Images embed)
O Parlamento aprovou o projeto de lei financeiro, que ainda passará por uma terceira leitura pelos legisladores. A lei financeira visa angariar mais US$2,7 bilhões (cerca de R$14,6 bilhões) em impostos; os juros das dívidas chegam a consumir 37% das receitas anuais.
O governo já cedeu em alguns pontos, prometendo eliminar os novos impostos sobre o pão, o óleo, a propriedade de automóveis e as transações financeiras, mas não foi o suficiente para os manifestantes.
Consequências desta terça (25)
Segundo a Amnesty Kenya, cinco pessoas morreram, trinta e uma ficaram feridas, treze destas sendo por arma de fogo. Na capital, dois manifestantes foram mortos e duzentas pessoas ficaram feridas. Mais de trezentas pessoas foram presas.