Investigação do caso Djidja aponta seita familiar e uso de drogas

Mari Aldemira Por Mari Aldemira
3 min de leitura
Foto destaque: Djidja Cardoso faleceu por suspeita de overdose e fazia parte de uma seita familiar (reprodução/Instagram/@djidjacardoso)

Na última terça-feira (28) a empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido faleceu. Após investigações, as suspeitas da causa da morte são de overdose. De acordo com a Polícia Civil, o irmão, a mãe e a própria Djidja se viam como representações de Jesus Cristo, Maria de Nazaré e Madalena. No caso, a família parecia viver em uma espécie de seita onde se enxergavam como essas figuras bíblicas e usavam de substâncias ilícitas que podem ter causado a morte de Djidja. 

Uso e dependência de drogas 

Ainda após investigações da Polícia Civil, descobriu-se que a família criou um grupo religioso chamado “Pai, Mãe, Vida”, em que incentivaram o uso de cetamina, anestésico injetável de uso veterinário também chamado de ketamina. De acordo com os acusados a droga era usada “para alcançar uma falsa plenitude espiritual”. A família usou a droga pela primeira vez há pouco mais de um ano. Djidja, o irmão Ademar e a mãe Cleusimar começaram até mesmo a ter alucinações por conta do uso excessivo da substância.

Em abril deste ano, todos passaram a ser investigados por tráfico de substâncias. A gerente do salão de beleza de Djidja foi apontada como a responsável pelas compras da droga. A compra era realizada ilegalmente e sem receita em clínicas veterinárias, pela gerente Verônica da Costa, e a família passava o dia utilizando a substância, que é altamente viciante. Além disso, também participavam de alguns rituais e até publicaram vídeos nas redes sociais, segundo o delegado Cícero Túlio. O delegado também compartilhou que os três liam livros sobre a seita e que se imaginavam como os líderes da mesma.


Djidja, Cleusimar e Ademar (Foto: reprodução/Instagram/@djidjacardoso)

Ademar, Cleusimar, Verônica e outros dois funcionários foram presos na quinta-feira (30). Ademais, a polícia apreendeu seringas e frascos na casa da família e em uma clínica veterinária. Lidiane Roque, advogada de Ademar, Cleusimar e Verônica, afirma que no momento, a prioridade é o bem-estar e a saúde mental dos clientes e que os mesmos devem ser internados. “Os meus clientes precisam de ajuda médica“, afirmou.

Denúncia de abuso

Além da família, uma ex-namorada de Ademar diz que foi aliciada por ele para entrar na seita e que passou a utilizar a substância por isso. Segundo ela, as pessoas só podiam frequentar a casa se usassem a droga e meditassem. “’Pai, Mãe, Vida vai cuidar de você. Pai, Mãe, Vida vai te curar'”. Investigações estão apurando se Ademar teve relações sexuais com a vítima enquanto a mesma estava sob efeito da cetamina, o que caracterizaria estupro de vulnerável. Também existem indícios de que a vítima sofreu um aborto dentro da casa devido ao uso da substância.

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