Irmãos Brazão e ex-chefe da polícia militar do Rio são denunciados pela PGR pela morte de Marielle Franco

Stephany Nascimento Por Stephany Nascimento
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Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros enquanto estavam no carro. (Foto destaque: Reprodução/Instagram/@marielle_franco)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta terça-feira (07), os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou o mandado de prisão de dois suspeitos nesta quinta-feira (09). 

A PGR denunciou o Peixe, Robson Calixto da Fonseca, que atuou como assessor de Domingos Brazão. Calixto foi denunciado por organização criminosa e detido no Rio pela Polícia Federal (PF). 

O policial militar Ronald Alves de Paula, Major Ronald, foi apontado como ex-chefe da milícia de Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e denunciado por participação no caso. Ronald já estava preso em um presídio federal no Mato Grosso do Sul por homicídio e ocultação de cadáver.

O ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como executor dos assassinatos e autor dos 13  tiros que mataram Marielle e Anderson, declarou que Ronald participou do monitoramento de Marielle Franco. A confirmação aconteceu através de investigações do cruzamento de sinais de torres de celular, registros de ligações e mapeamento de movimentações de Ronald. 

As investigações mostraram que o Major Ronald acompanhou Marielle na semana anterior ao crime em suas agendas. Os investigadores entenderam que Ronald avisou aos executores do assassinato sobre a presença de Marielle no evento em que a vereadora compareceu antes de ser morta, em 14 de março de 2018. 

Já Robson é visto pelas investigações como parte do grupo dos irmãos Brazão, apontados como mandantes do crime, mas não foi diretamente ligado ao homicídio de Marielle.

Investigação e denúncia da PGR

A PGR concluiu, depois de um mês e meio de investigação da PF, que os suspeitos irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelos homicídios de Marielle e Anderson. Os irmãos Brazão são expostos pela PGR em documento como mandantes do assassinato e por integrar organização criminosa. O delegado Rivaldo Barbosa foi denunciado como mandante do crime. 


Carro de Marielle baleado. (Foto: Reprodução/X/@diario_gaucho)


As investigações buscam se aprofundar nos supostos interesses econômicos fundiários dos irmãos, suas relações com as milícias e atritos com adversários políticos como o partido de Marielle, o Psol, e a própria vereadora. Conforme a PGR, a execução de Marielle pode estar ligada à exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia. A PGR acredita que os irmãos Brazão se fortaleceram na política e suas economias.

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