Os irmãos Lyle e Erik Menendez enfrentam nesta terça-feira (13) uma audiência em Los Angeles, que pode determinar a revisão de suas sentenças de prisão perpétua pelos assassinatos de seus pais em 1989. A defesa busca uma redução da pena, o que poderia resultar na libertação imediata ou na elegibilidade para liberdade condicional.
O caso ganhou novo fôlego após a apresentação de evidências que sugerem que os irmãos foram vítimas de abuso sexual por parte do pai, um executivo da indústria do entretenimento. Essas alegações, sustentadas desde o início do processo, foram reforçadas por novas informações e registros do comportamento dos irmãos na prisão.

Em 2023, o então promotor de Los Angeles, George Gascón, recomendou uma nova sentença, argumentando que os irmãos já haviam cumprido tempo suficiente e deveriam ser considerados para liberdade condicional, especialmente por terem menos de 26 anos na época do crime, conforme o estatuto de delinquente juvenil da Califórnia. No entanto, seu sucessor, Nathan Hochman, se opõe à revisão, alegando que os irmãos ainda não reconheceram plenamente a responsabilidade pelos assassinatos.
Entenda o caso
Condenados em 1996 por assassinato em primeiro grau, Lyle e Erik Menendez cumprem duas penas consecutivas de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. O crime ocorreu em 20 de agosto de 1989, quando o casal foi morto a tiros enquanto assistia à televisão na sala de sua casa.
O julgamento, o segundo após o primeiro ter terminado com um júri dividido, atraiu grande atenção da mídia, expondo os aspectos sombrios da riqueza e do privilégio da família. Inicialmente, os irmãos alegaram ter encontrado os pais mortos ao voltar do cinema, supostamente vítimas de invasores.
Durante o processo, no entanto, Lyle e Erik admitiram os assassinatos, mas afirmaram que agiram em legítima defesa, temendo que seus pais os matassem após anos de abuso sexual por parte do pai e agressão psicológica pela mãe. Na época do crime, Lyle tinha 21 anos e Erik, 18.
Já a acusação sustentou que os homicídios foram premeditados e motivados pela ganância, com o objetivo de herdar a fortuna milionária da família.
Nova audiência pode reavaliar a sentença
A atual revisão da pena, que deve durar dois dias, pode incluir novas evidências da defesa, como uma carta supostamente escrita por Erik Menendez oito meses antes do crime, na qual ele descreve os abusos sofridos. Além disso, a defesa cita o depoimento de um ex-integrante da banda Menudo, que acusou José Menendez de abuso. Essas alegações foram destacadas em documentários recentes sobre o caso, que ganhou novo destaque após séries e produções da Netflix e Peacock.
Enquanto parte da família, incluindo as irmãs de José e Kitty, apoia a libertação dos irmãos, Milton Anderson, irmão de Kitty e já falecido, sempre se opôs à soltura e contestou as acusações de abuso.
Paralelamente, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, solicitou que o conselho de liberdade condicional avalie se Lyle e Erik representam um risco à sociedade caso fossem soltos. A decisão pode redefinir o futuro dos irmãos Menendez após mais de três décadas na prisão.