Israel anuncia ampliação de assentamentos na Cisjordânia 

Sofia Souza Por Sofia Souza
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Foto destaque: Israel anuncia ampliação de três assentamentos na Cisjordânia. (Reprodução/Ahmad Gharabli/AFP)

Nesta quarta-feira (6), Israel anunciou a construção de mais de 3.400 unidades habitacionais em três assentamentos na Cisjordânia. Segundo decisão publicada no site da Administração Civil de Israel, instituição responsável pelos assentamentos israelenses na Área C da Cisjordânia, os povoados de Ma’ale Adumim, Efrat e Keidar serão ampliados.

O ministro da Defesa de Israel, o líder de extrema-direita Bezalel Smotrich, comemorou a ampliação dos três assentamentos. Em publicação em uma rede social, Smotrich escreveu: “Continuamos a construir o país! 18.515 aprovações este ano na Judéia e Samaria”. Judéia e Samaria são os nomes bíblicos da religião judaica para designar a Cisjordânia. 

O ministro Bezalel Smotrich, cujo cargo é responsável pela aprovação de novos assentamentos na Cisjordânia, já havia se pronunciado a favor do avanço israelense sobre o território.


Assentamento de Ma’ale Adumim, na Cisjordânia. (Foto: reprodução/Shutterstock)

Atentado mata israelense na Cisjordânia

Em fevereiro, um ataque a tiros deixou uma pessoa morta e outras cinco feridas na região do assentamento de Ma’ale Adumim, na Cisjordânia. Segundo relato de policiais israelenses, três homens palestinos teriam atentado contra motoristas que passavam em uma rodovia próxima ao assentamento israelense. Na ocasião, dois dos atiradores foram mortos pela polícia e um foi baleado, a identidade dos suspeitos não foi divulgada. 

Em um período de três meses, foram registrados pelo menos três atentados semelhantes na região. Nesse sentido, a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia se mostra como uma resposta aos ataques recorrentes no território. Isso porque, o ministro da Defesa, Bezalel Smotrich, pediu para que Israel aprovasse a construção de mais assentamentos em resposta à esses atentados. 

Histórico 

Os assentamentos israelenses estão presentes na região da Cisjordânia desde o fim da Guerra dos Seis Dias, conflito árabe-israelense de 1967. Em uma reportagem da BBC de 2020, calculava-se que entre as 3 milhões de pessoas que viviam na Cisjordânia, cerca de 500 mil eram israelenses. 

No entanto, esses assentamentos estão dispersos em todo território e, por isso, palestinos locais são impossibilitados de circular em determinadas regiões que são protegidas pelo Exército de Israel. A política de assentamentos tem como efeito colateral a separação de cidades palestinas umas das outras, dificultando as conexões de transporte e o desenvolvimento de infraestrutura no território da Cisjordânia.

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