O governo israelense anunciou que irá começar a convocação de jovens ultraortodoxos para o serviço militar, a começar no próximo domingo (21). Alguns acreditam que essa decisão pode enfraquecer a coalizão responsável por manter Benjamin Netanyahu no poder como primeiro-ministro de Israel.
Decisão histórica
Resultante de um descontentamento da população, o Supremo Tribunal do país resolveu por convocar os jovens religiosos a se alistarem para o serviço militar, uma vez que, por um acordo político, esses homens estavam isentos do recrutamento obrigatório para o restante dos homens judeus.
Essas isenções causaram ressentimento entre alguns israelenses, especialmente porque já se passaram 9 meses desde o início da guerra contra o Hamas em Gaza e, milhares de homens participaram e participam desse confronto direto.
Agora, inicia-se o processo de convocação pelas Forças Armadas e é um longo processo que pode durar meses e que, ainda pode ter mais uma dificuldade: a adesão dos religiosos em acatar a decisão do Supremo Tribunal. Ainda não foi divulgado quando os ortodoxos deverão começar a servir e nem quantos serão necessários.
Discriminação ou liberdade religiosa?
O Supremo declarou que o sistema que fornecia a isenção a homens religiosos estudarem em seminários judaicos enquanto os demais homens eram forçados a servir para as Forças de Defesa de Israel (FDI), era discriminatório.
Em contrapartida, os líderes religiosos ultraortodoxos defendem que os estudos religiosos são tão importantes para o futuro do país quanto o serviço militar e que, o estilo de vida levado por gerações anteriores pode estar ameaçado caso os seguidores jovens precisem se alistar.
Conflito de interesses
O problema é que a coalizão que mantém Netanyahu no governo é diretamente dependente de partidos ultraortodoxos que deixam claro seu descontentamento com a decisão. Eles ainda não deixaram claro qual será o próximo passo e, caso optem por quebrarem a coligação governante, será necessário antecipar as eleições em dois anos antes do previsto.
Os homens ortodoxos já se manifestaram contra a decisão com protestos em massas nessas comunidades religiosas, bloquearam estradas principais e houveram até mesmo prisões. Desde a noite de segunda-feira (15), as comunidades têm se manifesto contra, chegando a cercar carros de comandantes militares e ameaçar os policias, chamando-os de assassinos e jogando itens em direção a eles, segundo a mídia local.