Israel e Hamas chegam a um cessar-fogo após 17 meses de guerra

Acordo prevê libertação gradual de reféns e retirada de tropas israelenses, mas futuro de Gaza segue incerto

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Foto destaque: Israel e Hamas firmam cessar-fogo após 17 meses de conflito (reprodução/Pinterest/@usnewsper)

Depois de um longo e doloroso período de 17 meses de conflito, que deixou um saldo devastador de quase 48 mil mortes, Israel e Hamas finalmente chegaram a um acordo de cessar-fogo. O pacto, anunciado nesta quarta-feira (15), e previsto para entrar em vigor no próximo domingo (19), reacende a esperança de paz para milhões de pessoas afetadas pela violência.

O cessar-fogo não é apenas uma trégua temporária, mas um esforço para criar um caminho para o fim definitivo do conflito. Entre os pontos principais do acordo estão a libertação de reféns de ambos os lados e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza.


Cessar-fogo entre palestinos e israelenses (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

O início do resgate

Na primeira fase do acordo, o Hamas se comprometeu a libertar 33 reféns israelenses e estrangeiros, em troca de centenas de palestinos presos em Israel. Para muitas famílias, a notícia traz alívio, mas também a angústia de esperar pela libertação de todos os cativos.

“Estamos muito felizes, mas isso é só o começo. Queremos que todos os reféns voltem para casa”, desabafou Arnon Cohen, amigo de dois israelenses capturados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023.

Em frente ao Museu de Arte de Tel Aviv, no chamado “Praça dos Reféns”, amigos e familiares dos cativos celebram a notícia, enquanto mantêm a pressão sobre o governo israelense para garantir o retorno de todos.

No lado palestino, a população de Gaza também recebeu o anúncio com esperança e alívio. Em Khan Younis, uma das cidades mais destruídas pelos bombardeios, os moradores se reuniram para expressar otimismo com a trégua.

“Queremos apenas viver em paz, sem bombardeios ou destruição. Espero que possamos voltar às nossas casas e recomeçar”, disse Abdallah Al-Baysouni, deslocado após a ofensiva israelense.

Outro ponto celebrado pelos palestinos é o aumento da ajuda humanitária prometida no acordo. Gaza enfrenta uma crise severa, e muitos moradores dependem de alimentos, remédios e outros itens básicos para sobreviver.


Destruição da cidade de Gaza, cessar-fogo entre Israel e Hamas (Foto: reprodução/Pinterest/@usnewspe)

Detalhes do acordo

O cessar-fogo, mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, inclui várias etapas, entre elas, Israel começará a retirar suas tropas de Gaza em fases, mas manterá controle em áreas estratégicas, como a fronteira com o Egito, para impedir o contrabando de armas. Assim como haverá uma entrada significativa de alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais no território.

Sobre o futuro da cidade, ainda não está claro quem administrará a região após o conflito. Israel descarta o retorno do Hamas ao poder e também rejeita a Autoridade Palestina como única responsável.

Uma guerra marcada pela dor

O conflito teve início em outubro de 2023, devastou a Faixa de Gaza e matou mais de 46 mil pessoas, entre as quais mulheres e crianças. Em Israel, 1.200 pessoas foram mortas. Apesar do avanço das negociações, existem ainda muitas incertezas. A comunidade internacional está pressionando no sentido de uma solução duradoura, mas os desafios para o cumprimento do acordo são imensos.

Para os envolvidos, o cessar-fogo constitui uma chance para interromper o ciclo de violência. “É um pequeno passo para o futuro de paz”, disse o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman.

Enquanto isso, em Tel Aviv e no Gaza, famílias aguardam ansiosamente um fim ao conflito que leva de volta seus entes queridos e concede a ambas as populações a possibilidade de reconstruir suas vidas.

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