Entenda as raízes do conflito Israel-Líbano e o papel do Hezbollah

O governo israelense alega que suas ações são necessárias em resposta aos ataques do Hezbollah, que aumentaram após a morte de um comandante do grupo em julho

Ana Carolina Piragibe Por Ana Carolina Piragibe
4 min de leitura
Foto Destaque: Projéteis lançados pelo Irã sendo interceptados sobre o céu Tel Aviv, em Israel (Reprodução/AFP/Jack Guez)

Na expectativa de um contra-ataque ao Irã, Israel realizou novos bombardeios em Beirute, na manhã desta quinta-feira (3), de acordo com testemunhas que conversaram com a Reuters. Testemunhas relataram explosões também nos subúrbios da capital libanesa.

Os ataques causaram a morte de nove pessoas e deixaram outras 14 feridas, conforme informações do governo local. No total, mais de 1.000 pessoas já perderam a vida no Líbano em quase duas semanas de bombardeios israelenses. As Forças Armadas de Israel afirmam que estão atingindo alvos relacionados ao Hezbollah, o grupo extremista libanês com o qual têm lutado intensamente.

Ataques

Israel afirma que seus bombardeios têm focado, principalmente, redutos do Hezbollah no sul do Líbano, mas os ataques a Beirute, onde o grupo tem pouca presença, estão se intensificando. Nesta quinta-feira, ocorreram dois ciclos de bombardeios na capital libanesa, um pela manhã e outro no início da tarde, sem registro de vítimas até o momento.

Os moradores de Beirute receberam um alerta por mensagem de texto das Forças Armadas de Israel pedindo que deixassem suas casas antes do primeiro bombardeio, mas muitos estavam dormindo e não viram a mensagem a tempo. Um novo alerta foi emitido para 25 vilarejos no sul do Líbano. Israel também relatou a morte de pelo menos 15 integrantes do Hezbollah em um ataque em Bint Jbeil, enquanto o Hezbollah afirmou ter detonando uma bomba contra forças israelenses em um vilarejo do sul. Israel ainda não se pronunciou sobre essa última informação.


Fumaça é vista após ataque aéreo Israelense á vila de Kfar Rouman, no sul do Líbano (Foto: reprodução/AP Photo/Hussein Malla)

Vítimas

Na última quarta-feira, o Líbano enfrentou uma tragédia com 46 mortes e 85 feridos em decorrência dos combates. O total de mortos no país já supera 1.000, com cerca de 6.000 feridos em apenas duas semanas de conflito, afetando especialmente mulheres e crianças, que são os mais vulneráveis.

Além das perdas humanas, aproximadamente 1,2 milhão de libaneses foram forçados a deixar suas casas, juntando-se a 2 milhões de sírios e 500 mil palestinos refugiados. O governo alertou sobre a grave situação humanitária, com muitos vivendo nas ruas sem acesso a itens essenciais, como água, alimentos e medicamentos, evidenciando a necessidade urgente de assistência.

Faixa de gaza

Na Faixa de Gaza, onde os bombardeios israelenses continuam, as Forças de Defesa de Israel confirmaram que um dos principais líderes do Hamas, Rawhi Mushtaha, foi morto. O ataque que resultou na morte de Mushtaha teria ocorrido há três meses. Segundo a agência de inteligência israelense, ele era o primeiro-ministro de fato da região.

Além dele, outros dois altos membros do Hamas também teriam sido mortos no mesmo incidente. De acordo com informações do Hamas, desde o início do conflito, o número de palestinos mortos em Gaza chega a 41.788.

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