Em uma eleição histórica, a juíza progressista Susan Crawford derrotou o candidato conservador Brad Schimel, apoiado pelo bilionário Elon Musk e pelo presidente Donald Trump, para uma vaga na Suprema Corte de Wisconsin.
A vitória de Crawford mantém a maioria liberal de 4 a 3 no tribunal. Estes, deverão decidir em breve sobre questões cruciais como direitos reprodutivos e redistritamento eleitoral.


Investimento recorde e apoio de figuras influentes
A campanha de Schimel recebeu mais de US$ 20 milhões em apoio financeiro de Musk e seus aliados, tornando esta a corrida judicial mais cara da história dos EUA. Musk, que compareceu pessoalmente a comícios em Wisconsin, enfatizou a importância da eleição para o futuro do país e do mundo. Além disso, o ex-presidente Donald Trump endossou publicamente Schimel, buscando consolidar uma maioria conservadora no tribunal.
Apesar disso, desse investimento e do respaldo de Trump, os eleitores optaram por Crawford, sinalizando uma possível resistência à crescente influência de Musk na política americana. Analistas políticos, decerto, sugerem que a tentativa de Musk de “comprar” a eleição pode ter gerado um efeito contrário. Isto é, mobilizando eleitores preocupados com a integridade do processo democrático.
Além disso, grupos de defesa da democracia criticaram a intervenção de Musk, argumentando que grandes doações de bilionários podem minar a confiança pública nas instituições. Essa preocupação foi, então, amplamente discutida nos meios de comunicação e nas redes sociais durante a campanha.
Implicações para o cenário político nacional
Ademais, a derrota de Schimel é vista como um revés para Trump e Musk, especialmente considerando os esforços do ex-presidente para consolidar o poder conservador no judiciário. Durante seu mandato, Trump nomeou 234 juízes federais, inclinando a Suprema Corte dos EUA para a direita. Ou seja, a vitória de Crawford pode indicar uma mudança no sentimento público em relação à administração atual e influenciar futuras eleições de meio de mandato.
Além disso, a eleição destaca a crescente preocupação com a influência de grandes doadores na política americana. A tentativa de Musk de influenciar a eleição com contribuições financeiras foi um ponto focal da campanha de Crawford, que argumentou que a democracia não deve estar à venda.
Observadores políticos sugerem que a vitória de Crawford pode servir como um modelo para outras campanhas progressistas enfrentando adversários com recursos financeiros significativos. A mobilização de eleitores em resposta à influência de grandes doadores pode sinalizar uma mudança na dinâmica eleitoral nos EUA.
Reações e perspectivas futuras
Após a derrota, Musk e Trump intensificaram as críticas ao judiciário. Musk chegou a pedir uma “onda imediata de impeachments judiciais”, alegando que juízes estariam impedindo a agenda conservadora. Essas declarações foram condenadas por diversas entidades jurídicas, que as classificaram como “riscos sérios para nossa estrutura constitucional”.
Enquanto isso, Crawford prometeu proteger os direitos e liberdades básicas dos cidadãos de Wisconsin, incluindo direitos reprodutivos e eleitorais. Sua vitória é um sinal de que os eleitores estão atentos e dispostos a desafiar a influência de figuras poderosas na política estadual e nacional.
Analistas preveem que essa eleição pode ter um efeito em outras disputas judiciais e legislativas, encorajando candidatos progressistas a desafiar a influência de grandes doadores. A mobilização popular demonstrada em Wisconsin pode servir de exemplo para outros estados.