Na última segunda-feira, (20), a Justiça Venezuela expediu um mandado de prisão contra o candidato de oposição, Edmundo Gonzáles, da eleição ocorrida em julho. O documento acata o pedido do Ministério Público que o acusa de crimes como associação criminosa, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e usurpação de funções da autoridade eleitoral.
O MP venezuelano é controlado por chavistas e aliado do presidente Nicolás Maduro. De acordo com o órgão, o pedido de prisão tem como justificativa o fato de González ter ignorado três intimações para comparecer ao local e prestar esclarecimentos sobre situações das quais está sendo acusado.
Gonzáles teria ignorado três intimações
O mandado de prisão diz que Edmundo González, após ser detido, precisa ser colocado à disposição do MP, imediatamente. Tarek Saab, procurador-geral, alegou que as intimações não acatadas por Gonzáles, tinham como ojetivo ouvi-lo sobre a publicação das atas impressas das urnas eleitorais em um site.
Ordem de prisão de Edmundo Gonzáles expedida em 02 de setembro de 2024 (Foto: reprodução/Instagram/funesaranda)
Edmundo González teria vencido as eleições
Um site do grupo de oposição publicou mais de 80% de todos os documentos emitidos pelas urnas. Os dados das atas vêm sendo usados pela oposição para afirmar que Edmundo González venceu a eleição presidencial de 28 de julho.
María Corina Machado, líder da oposição, se manifestou sobre o mandado de prisão.
“Maduro perdeu completamente o contato com a realidade. O mandado de prisão emitido pelo regime para ameaçar o presidente eleito Edmundo González ultrapassa uma nova linha que apenas fortalece a determinação do nosso movimento. Os venezuelanos e as democracias ao redor do mundo estão mais unidos do que nunca em nossa busca pela liberdade.”
— María Corina Machado
O procurador-geral continua afirmando que as atas divulgadas pela oposição não são verdadeiras. As autoridades venezuelanas, porém, não publicaram as atas eleitorais.
De acordo com a opinião internacional, as eleições presidenciais venezuelanas não foram transparentes. A repressão contra a oposição no país também vem sendo denunciada.