O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e outros estados pretendem processar a produtora de eventos Live Nation por supostas ações antitruste em razão do domínio da sua subsidiária Ticketmaster na venda de ingressos para shows. É previsto que a causa seja apresentada no Distrito Sul de Nova York nesta quinta-feira (23), e deve propor a fragmentação da empresa.
O caso ganhou mais atenção do público após as vendas de ingressos para os shows da cantora Taylor Swift ocorridas no final de 2022, na época, milhões de pessoas relataram problemas na Ticketmaster que as impediram de conseguir os bilhetes para as apresentações da “The Eras Tour” nos Estados Unidos.
Entenda o caso
A Live Nation é a maior produtora de shows e eventos dos Estados Unidos e se fundiu com a Ticketmaster, responsável por vendas de ingressos, em 2010. A justiça permitiu a fusão se a empresa seguisse um acordo onde se comprometesse a não retaliar casas de shows que não quisessem utilizar a Ticketmaster.
Durante o ano de 2019, o setor judiciário do país descobriu que a produtora havia descumprido o acordo e fez ajustes no contrato com a empresa, a justiça definiu que um órgão externo investigasse essas alegações e garantisse o cumprimento da promessa. Em 2022, o Departamento de Justiça sob o comando de Joe Biden decidiu abrir outra apuração, levantando rumores de que a empresa não teria cumprido o trato novamente.
Protesto de fãs de Taylor Swift contra a Ticketmaster (Foto: reprodução/Drew Angerer/Getty Images Embeed)
Porém, a empresa ganhou holofotes no mundo após não conseguir atender a demanda histórica para os shows de Taylor Swift no país, no final de 2022, a artista tinha anunciado uma turnê para comemorar seus 17 anos de carreira e revisitando todas as suas “eras” na música.
Segundo a Ticketmaster, mais de dois milhões de ingressos foram vendidos somente na pré-venda, o que causou um colapso no site. Com a confusão, as vendas para o público geral foram canceladas, pois, todos os bilhetes foram comprados na pré-venda e não havia mais outros disponíveis.
No comunicado, a produtora afirmou que cerca de 3,5 milhões de pessoas se inscreveram no programa para adquirir os bilhetes e que seu sistema para eliminar bots não conseguiu acompanhar essa demanda, gerando uma “quebra” do site. O acontecimento causou revolta nos fãs da cantora e levou diversos legisladores a interrogarem os executivos da Live Nation e propor mudanças no setor de eventos.
Anúncio da “The Eras Tour”, turnê de Taylor Swift (Foto: reprodução/Instagram/@taylorswift)
Críticas e mudanças
Se o caso de antitruste for bem-sucedido na justiça, a Comissão Federal de Comércio irá promover mudanças significativas no setor. Os críticos defendem que a empresa seja desmembrada, pois a falta de concorrência causou danos aos consumidores, como taxas elevadas, mau atendimento, preços caóticos e limitações para a revenda de ingressos.
Os políticos não são os únicos a tecer críticas a empresa, o cantor country Zach Bryan ao lançar um álbum surpresa no final de 2022, o “All My Homies Hate Ticketmaster (Live at Red Rocks)”, escreveu no anúncio que ultimamente havia um problema sobre preços justos de ingressos para shows.
A Ticketmaster também foi criticada num episódio de “Os Simpsons”, onde um personagem afirma que comprou a empresa e que ninguém irá pagar 100% do serviço.