Justiça nega prisão de Lucas Bove, mas amplia medidas protetivas

O deputado federal é acusado de abusos físicos e psicológicos durante o relacionamento

Isabela Barros Por Isabela Barros
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Justiça nega prisão de Lucas Bove, mas amplia medidas protetivas

A Justiça de São Paulo decidiu, nesta quinta-feira (31), rejeitar o pedido de prisão preventiva contra o deputado estadual Lucas Bove (PL), feito por sua ex-esposa, Cíntia Chagas. A influenciadora digital acusa o político de agressões físicas e psicológicas durante os dois anos de relacionamento, alegando que foi vítima de um controle excessivo, violência física e humilhações constantes. Cíntia afirma que, ao longo do casamento, sofreu com comportamentos abusivos, incluindo o monitoramento constante de sua localização e pressão emocional significativa. Os relatos de Cíntia à polícia incluem também episódios de violência física, como apertos dolorosos que deixaram lesões e até um incidente em que Bove teria jogado uma faca em sua direção.

Acusações de abuso e humilhações constantes

Durante depoimento à Polícia Civil em setembro, Cíntia detalhou episódios que teriam começado logo no início do relacionamento. Segundo ela, o deputado teria desenvolvido um comportamento controlador, exigindo constantemente provas de sua localização, como notas fiscais e fotos, chegando a realizar chamadas de vídeo para confirmar onde ela estava. Esse controle teria impactado sua vida pessoal e profissional, limitando sua liberdade.


Influenciadora Cíntia Chagas e o deputado federal Lucas Bove (Reprodução/Instagram/@resumodia.news)

Além disso, Cíntia relatou episódios de agressão física, afirmando que o ex-marido tinha o hábito de apertar seu corpo com força, causando machucados e, em uma ocasião, chegou a arremessar uma faca em sua direção, que acabou caindo perto de sua perna. Em outro momento, ela alegou ter sido obrigada a tirar fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante uma festa, após o que teria sido expulsa do evento de forma humilhante. Ela ainda afirmou ter sofrido insultos, com Bove questionando suas capacidades profissionais e a chamando de “burra“, o que teria afetado sua autoestima e agravado o quadro de violência psicológica que alega ter sofrido.

Medidas protetivas e declarações da defesa

Apesar de negar o pedido de prisão preventiva, a Justiça reforçou as medidas protetivas, aumentando as restrições de contato entre Bove e Cíntia. Além de continuar impedido de se aproximar fisicamente dela, o deputado agora também está proibido de qualquer menção direta ou indireta a Cíntia e aos detalhes do processo em redes sociais. Ele também não pode marcar a ex-esposa ou sua família em publicações, ou envolvê-los em interações públicas.

O deputado havia solicitado a revogação das medidas protetivas, mas o pedido foi negado pela Justiça, que manteve a necessidade de proteção até a conclusão das investigações. Em resposta às acusações, a defesa de Lucas Bove afirmou que o pedido de prisão era “descabido” e que a Justiça teria compreendido o contexto das denúncias ao rejeitar a detenção. Além disso, a defesa indicou que entrará com pedidos para que medidas semelhantes de proteção sejam impostas a Cíntia, sugerindo que o caso seja transferido para a jurisdição comum, fora da Lei Maria da Penha.

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