Kamala Harris tenta conquistar o eleitorado masculino para sua campanha

O Partido Democrata considera essencial conquistar até mesmo pequenos territórios em áreas dominadas pelos republicanos para obter sucesso no estado

Ana Carolina Piragibe Por Ana Carolina Piragibe
5 min de leitura
Foto destaque: Vice-presidente e candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris (Reprodução/AFP/Foto: Saul Loeb)

O suporte constante das mulheres tem sido um pilar fundamental na campanha de Kamala Harris, colocando-a próxima de uma potencial vitória sobre Donald Trump. Contudo, sua equipe de campanha reconhece a importância de aumentar sua influência entre outro segmento crucial de eleitores que, em última análise, pode impactar o resultado da eleição: os homens.

Nos momentos decisivos que antecedem a eleição, o eleitorado masculino se destaca como um dos principais focos da estratégia persuasiva da campanha de Harris. Para isso, sua equipe está destinada a reduzir a vantagem que Trump possui entre esse grupo, investindo dezenas de milhões de dólares em anúncios televisivos. Essas propagandas estão sendo veiculadas durante transmissões de eventos esportivos de grande popularidade, como jogos da liga principal de beisebol, partidas de futebol universitário e eventos de futebol em estados-chave pelo país.

A tentativa é não apenas alcançar os homens, mas também engajá-los de forma a reverter o apoio que Trump desfruta, mostrando a eles que a campanha de Harris é uma alternativa viável e atrativa. Essa também é uma prioridade para o governador de Minnesota, Tim Walz, especialmente em relação aos homens brancos.

Embora Harris e Walz não abordem frequentemente questões de gênero, a diferença entre os gêneros pode influenciar a eleição de novembro. A campanha busca aumentar a participação feminina e identificar homens que possam ser convencidos a votar.

Estratégias

As abordagens táticas de ambos os candidatos apresentam metas que se entrelaçam de maneira significativa. Donald Trump está focado em fortalecer sua posição entre os homens brancos, um grupo que historicamente tem sido uma bastião de apoio para ele, enquanto ao mesmo tempo se empenha em conquistar um espaço crescente entre os jovens eleitores negros e latinos.

Por sua vez, Kamala Harris está comprometida em aumentar a participação de homens negros e latinos, tanto entre as gerações mais jovens quanto entre os eleitores mais velhos. Paralelamente, ela busca reduzir a margem de apoio que os republicanos têm entre os homens brancos da classe trabalhadora. Esse cenário ressalta a complexidade das estratégias eleitorais, onde cada campanha procura maximizar sua influência em grupos demográficos essenciais, ao mesmo tempo que tenta minar as bases de apoio de seu oponente.


Governador de Minnesota e vice da chapa (Reprodução/Instagram/@timwalz)

Walz foca em homens mais acessíveis

Embora o apoio e o entusiasmo de uma diversidade de mulheres tenham sustentado Harris após sua rápida ascensão ao topo da chapa democrata, os assessores reconhecem que, na fase final da corrida, há mais homens dispostos a serem persuadidos.

Walz frequentemente se expressa como ex-treinador de ensino médio, pai e marido ao discutir os direitos ao aborto. “Vá até todos os seus vizinhos e defenda isso’”, disse Walz durante uma parada no fim de semana em Wisconsin. “Você quer que JD Vance decida sobre a saúde de sua esposa e filha? Ou prefere deixar isso para elas e seus médicos?

A resposta recorrente de Walz sobre os direitos ao aborto, que implora às pessoas que sigam a regra de ouro do meio-oeste de “cuidar da sua própria vida”, ressoou com Tobey Pierce, que compareceu a um comício na noite de terça-feira.

Cuidar da sua própria vida se tornou meu lema”, afirmou Pierce. “É uma forma excelente de abordar a questão do aborto e dos direitos reprodutivos.” disse Pierce.

Pierce, um consultor aposentado que faz trabalho voluntário para os democratas, relata que encontra tanto republicanos receptivos quanto aqueles que não aceitam sua mensagem. Ele acredita que as eleições deste ano se basearão em uma questão de decência, em vez de preferências pessoais.

Durante um comício chuvoso para Walz, Alex Vigil e Kevin Miller expressaram que o descontentamento com Trump pode beneficiar os democratas na Carolina do Norte. Vigil, que trabalha em uma loja de ferragens, notou uma diminuição no número de bandeiras de Trump e um aumento no entusiasmo dos ex-apoiadores do ex-presidente.

Como veterano militar, ele espera que a popularidade da chapa democrata cresça entre os homens. No entanto, Miller ressalta que os democratas ainda enfrentarão desafios nas áreas rurais, onde a desconfiança em relação ao partido permanece alta, mas há espaço para surpresas positivas.

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