Arthur Lira anuncia criação de comissão para projeto sobre aborto e adia votação

Kevin Medeiros Por Kevin Medeiros
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Foto destaque: Arthur Lira durante a reunião na Câmara de Deputados (Reprodução/Agência Câmara)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira (18) a criação de uma comissão representativa para discutir o projeto de lei que classifica o aborto após a 22ª semana como homicídio. Ele também afirmou que o debate sobre o tema na Câmara será retomado no segundo semestre, após o recesso parlamentar.

“O colégio de líderes aqui presente deliberou também debater esse tema de maneira ampla no segundo semestre, com a formação de uma comissão representativa, que desta forma o açodamento ou as perguntas não terão como fluir, porque nós só iremos tratar disso após o recesso, na formação desta comissão”, declarou Lira à imprensa.

Ele afirmou que o projeto será discutido com um debate abrangente, envolvendo todas as forças políticas e sociais do país, sem pressa. Quando questionado, Lira não detalhou como a comissão funcionará, apenas mencionou que incluirá representantes de todos os partidos.

O projeto enfrentou críticas por ter sua urgência aprovada rapidamente, sem o trâmite convencional nas comissões temáticas da Câmara. Ao anunciar a criação da comissão representativa, Lira recuou da intenção de levar o projeto diretamente ao plenário.

“Nada irá retroagir nos direitos já garantidos e nada irá avançar que traga qualquer dano às mulheres”, disse o presidente da Câmara dos Deputados.

Como o aborto é visto judicialmente?


Arthur Lira na câmara dos deputados (Foto: reprodução/Agência Câmara)

Atualmente, o aborto não é considerado crime em apenas três situações:

  • Se a gravidez resulta de estupro;
  • Quando o feto é anencéfalo; e
  • Se a gravidez oferece risco de vida à mãe.

Fora dessas condições, o aborto é considerado um crime. Na prática, a mulher não é presa, mas enfrenta o constrangimento legal de responder pelo ato cometido.

Qual a finalidade do projeto?

Equiparar o aborto ao homicídio torna a penalidade muito mais severa. A proposta altera o Código Penal para aplicar a pena de homicídio simples em casos de aborto com mais de 22 semanas. Se a gestante induzir o próprio aborto ou permitir que outro o faça, a pena passa de 1 a 3 anos para 6 a 20 anos de prisão. Se tiver o aborto realizado por terceiros, com ou sem consentimento, a pena vai de 1 a 4 anos ou de 3 a 10 anos para 6 a 20 anos de prisão.

Tempo de pena: estupro x aborto

Para o crime de estupro, conforme definido pelo artigo 213 do Código Penal, a punição mínima é de 6 anos de prisão quando a vítima é adulta, podendo ser aumentada para até 10 anos. Se a vítima for menor de idade, a pena mínima é de 8 anos e pode chegar a 12 anos.

Já no caso do crime de estupro de vulnerável, conforme estabelecido pelo Artigo 217-A, que envolve vítimas menores de 14 anos ou incapazes de oferecer resistência, a pena mínima é de 8 anos de reclusão, podendo chegar a 15 anos como máximo. A pena pode chegar a 20 anos apenas se o crime resultar em lesão corporal grave à vítima vulnerável.

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Meu nome é Kevin Medeiros, sou formado em Jornalismo e possuo uma ampla experiência em diversas áreas, incluindo Assistência Administrativa, Social Media Design, Assessoria de Imprensa, Produção Audiovisual, Redação SEO. Tenho competências em PhotoShop, Illustrator, Lightroom, Canva, Filmora, Pacote Office, Trello, além de habilidades de Redação e Edição. Sou fluente em Inglês e Espanhol.
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