Lula rebate críticas de Trump e reforça defesa da soberania brasileira

O presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira (21) que Donald Trump não deve “dar palpite” no Brasil. A declaração ocorreu durante um evento do Ministério da Saúde em Sorocaba, no interior de São Paulo. Lula destacou que governar significa cuidar da população e rejeitou interferências externas. […]

21 ago, 2025
Foto destaque: presidente Lula da Silva (Reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)
Foto destaque: presidente Lula da Silva (Reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)
Lula da Silva fala sobre reciprocidade em relação aos novos impostos aplicados a produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump

O presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira (21) que Donald Trump não deve “dar palpite” no Brasil. A declaração ocorreu durante um evento do Ministério da Saúde em Sorocaba, no interior de São Paulo.

Lula destacou que governar significa cuidar da população e rejeitou interferências externas. O Brasil tem sido alvo de Trump em diversas declarações, principalmente envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o evento, Lula ainda disse: “aqui cuidamos nós”, ao criticar a postura do presidente norte-americano.

Tarifas e acusações comerciais

Atualmente, alguns produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos enfrentam tarifa de 50%. À primeira vista, o governo Trump justificou a medida alegando políticas “incomuns” do Brasil que afetariam empresas americanas e direitos civis.

Em contrapartida, Lula respondeu de forma enfática afirmando que o Brasil é parceiro confiável e não aceita imposições externas. “Não andaremos de joelhos para os americanos”, afirmou.


EUA aceitam dialogar com o Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/Uol)

Reações do governo brasileiro

Por outro lado, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou mudanças nas classificações tarifárias para produtos com aço e alumínio, tornando-os mais competitivos. Além disso, o governo enviou resposta oficial ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos, conhecido pela sigla USTR. No documento, o Brasil defendeu que não adota medidas discriminatórias e pediu diálogo aberto entre os países.

Consequentemente, as tensões aumentaram após sanções dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky. Em reação, o ministro Flávio Dino reforçou que nenhuma decisão estrangeira tem validade automática no Brasil. O Supremo Tribunal Federal também destacou que medidas internacionais só produzem efeitos quando homologadas pela Justiça brasileira.

Medidas econômicas e posição no Brics

Para compensar o impacto do tarifaço, o presidente brasileiro anunciou R$ 30 bilhões em crédito para exportadores. A medida será implementada por Medida Provisória. Além disso, também defendeu que os países do Brics ampliem negociações sem depender do dólar.


— Lula da Silva no Palácio do Planalto (Foto: reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)


Por fim, Lula afirmou que parceiros como Brasil e China poderiam utilizar moedas próprias, reduzindo a influência da moeda americana. Contudo, ressaltou que não é contra o dólar, mas quer alternativas justas para os países em desenvolvimento.

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