Lula rebate críticas de Trump e reforça defesa da soberania brasileira
O presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira (21) que Donald Trump não deve “dar palpite” no Brasil. A declaração ocorreu durante um evento do Ministério da Saúde em Sorocaba, no interior de São Paulo. Lula destacou que governar significa cuidar da população e rejeitou interferências externas. […]
O presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira (21) que Donald Trump não deve “dar palpite” no Brasil. A declaração ocorreu durante um evento do Ministério da Saúde em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Lula destacou que governar significa cuidar da população e rejeitou interferências externas. O Brasil tem sido alvo de Trump em diversas declarações, principalmente envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o evento, Lula ainda disse: “aqui cuidamos nós”, ao criticar a postura do presidente norte-americano.
Tarifas e acusações comerciais
Atualmente, alguns produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos enfrentam tarifa de 50%. À primeira vista, o governo Trump justificou a medida alegando políticas “incomuns” do Brasil que afetariam empresas americanas e direitos civis.
Em contrapartida, Lula respondeu de forma enfática afirmando que o Brasil é parceiro confiável e não aceita imposições externas. “Não andaremos de joelhos para os americanos”, afirmou.
Reações do governo brasileiro
Por outro lado, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou mudanças nas classificações tarifárias para produtos com aço e alumínio, tornando-os mais competitivos. Além disso, o governo enviou resposta oficial ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos, conhecido pela sigla USTR. No documento, o Brasil defendeu que não adota medidas discriminatórias e pediu diálogo aberto entre os países.
Consequentemente, as tensões aumentaram após sanções dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky. Em reação, o ministro Flávio Dino reforçou que nenhuma decisão estrangeira tem validade automática no Brasil. O Supremo Tribunal Federal também destacou que medidas internacionais só produzem efeitos quando homologadas pela Justiça brasileira.
Medidas econômicas e posição no Brics
Para compensar o impacto do tarifaço, o presidente brasileiro anunciou R$ 30 bilhões em crédito para exportadores. A medida será implementada por Medida Provisória. Além disso, também defendeu que os países do Brics ampliem negociações sem depender do dólar.
— Lula da Silva no Palácio do Planalto (Foto: reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)
Por fim, Lula afirmou que parceiros como Brasil e China poderiam utilizar moedas próprias, reduzindo a influência da moeda americana. Contudo, ressaltou que não é contra o dólar, mas quer alternativas justas para os países em desenvolvimento.
