O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com a atual condição vivida por moradores da Faixa de Gaza, em entrevista a jornalistas na última terça-feira (13). Lula chamou a situação de “genocídio” e pediu para que Donald Trump intervenha positivamente para acabar com a guerra em curso entre Israel e Hamas na região.
Lula, também, solicitou maior intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU), com ajuda humanitária mais eficaz. Além de criticar o desejo de Trump de construir um Resort de luxo no território hoje habitado pelos palestinos.
“ A única coisa que eu quero é o seguinte: que a ONU possa tomar uma decisão. E Trump contribui para isso… Agora, se ele quiser fazer daquilo um resort, não dá certo.” Presidente Lula
O atual conflito entre o grupo Hamas e o estado de Israel iniciou em 07 de outubro de 2023, após um ataque coordenado pelo grupo contra civis israelenses. O ponto focal do ataque ocorreu em um festival de música, na comunidade de Re’im, ao sul de Israel, próximo à fronteira com a faixa de Gaza.
Resort de Luxo
Em fevereiro deste ano (2025), o presidente americano Donald Trump utilizou suas redes sociais para publicar um vídeo realizado com a ajuda de Inteligência Artificial (IA). Nele, Trump faz a demonstração de como ficaria a Faixa de Gaza após transformar a região em um local turístico no Oriente Médio.
Postagem sobre o possível Resort de luxo na Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/X/realdonaldtrump)
Em um “agora e depois”, Trump intercala cenas da precariedade atual da região, assolada pela guerra entre Israel e o grupo Hamas, com episódios onde é possível ver líderes e personalidades mundiais desfrutando do que ele classifica de “Riviera do Oriente Médio”.
O vídeo gerou indignação na comunidade internacional, uma vez que, em meio à guerra e todas as consequências advindas dela, enfatiza o luxo e o lucro. Transformando a Faixa de Gaza, território administrado pela Autoridade Palestina desde a década de 1990, em um resort de luxo.
Intervenção da ONU
Em discurso no Conselho de Segurança da ONU, na data de ontem, terça-feira (13), o subsecretário geral para Assistência Humanitária, Tom Fletcher, classificou a atual situação na faixa de Gaza como “atrocidade do século 21” e solicitou ações mais eficazes para deter o que ele chama de “situação desumana”.
“Israel está impondo deliberada e descaradamente condições desumanas aos civis no Território Palestino Ocupado”. Tom Fletcher
O subsecretário ressaltou, ainda, que os palestinos estão sendo deslocados à força e que, atualmente, permanecem confinados em espaços cada vez menores dentro de Gaza. Declarou, também, que comida, água, medicamentos e tendas, há 10 semanas, não entram na região por intervenção de Israel.
Diante dessa situação, Fletcher solicita apoio internacional para que profissionais ligados à ajuda humanitária possam trabalhar livremente na região em apoio aos civis palestinos. Além de solicitar à ONU que crie mecanismos para que tal ajuda seja destinada aos civis e não ao grupo Hamas.
Em sua fala, Tom Fletcher, informa que se encontrou com líderes israelenses por diversas vezes para traçarem um plano de cessar-fogo. No entanto, segundo Fletcher, a proposta de representantes de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, é um “espetáculo cínico e distração deliberada”, utilizando a fome como “moeda de troca”. Sem, efetivamente, resolver a situação.
Incursão de Israel na Faixa de Gaza
As forças armadas israelenses têm realizado diversas incursões na Faixa de Gaza nos últimos meses. A ação, segundo informou Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, é uma tentativa para a libertação de reféns em posse do grupo Hamas.
De acordo com Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão fazendo “um trabalho maravilhoso na Faixa de Gaza” e o “Hamas está sofrendo cada vez mais golpes”.
Em uma postagem nas redes sociais, o IDF informou que, em conjunto com o Shin Bet, Agência de Segurança de Israel, atacou terroristas do grupo Hamas em um complexo localizado sob o Hospital Europeu em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza. Essa ação ocorreu na tarde de ontem, terça-feira (13), horário local.
Atualmente, segundo informações, mais de 50 reféns estão em posse do grupo Hamas. Na última segunda-feira (12), o israelense-americano Edan Alexander foi liberto pelo grupo como sinal de um possível acordo de cessar-fogo. Porém, autoridades de Israel informaram que, até que todos os reféns sejam libertados, as ofensivas contra o Hamas seguirão com força total.