Luto no vôlei: aos 59 anos, morre Pampa vítima de câncer

Thalita Gombio Por Thalita Gombio
4 min de leitura
Foto destaque: Pampa morre aos 59 anos, vítima de câncer (reprodução/instagram/voleiemfoco)

O ex-atleta e medalhista de ouro pela Seleção Brasileira, Pampa, morreu nesta sexta-feira (07), vítima de um câncer conhecido como linfoma de Hodgkin. Ele deu início ao tratamento no começo do ano, logo após a descoberta da doença, no Rio de Janeiro.

Na quarta sessão de quimioterapia, o ex- atleta teve uma piora no quadro e precisou ser internado, sendo transferido para a UTI do hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde foi entubado em março devido a mais complicações de saúde. Pampa veio a óbito após complicações pulmonares em decorrência da reação à quimioterapia.

Linfoma de Hodgkin

O linfoma de Hodgkin afeta o sistema linfático, composto por gânglios ou linfonodos que servem como um filtro do sistema imunológico do corpo e combatem agentes nocivos. Ele se desenvolve a partir do crescimento desordenado das células linfáticas, conhecidas como Reed-Sternberg que se espalham nestes gânglios aumentando seu tamanho desproporcionalmente.

O tumor pode se desenvolver em vários lugares do corpo humano, mas tem maior frequência nas regiões do tórax, axilas e pescoço.

Os sintomas incluem: aumento considerável dos gânglios linfáticos como uma espécie de íngua ou caroços, além de perda de peso, coceira na pele, tosse e fadiga.

Dependendo do estágio da doença, o tratamento pode ser feito com quimioterapia, radioterapia e terapia  com anticorpos monoclonais e em casos de volta do câncer, há o transplante de medula óssea.

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e com exames de imagem em alguns casos. Para a confirmação, é necessário realizar uma biópsia (que examina uma amostra do tecido) para identificar células cancerígenas. 


A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), emitiu a nota de pesar nas redes sociais (Foto: reprodução/x/@volei)


Trajetória de Pampa

André Felippe Falbo Ferreira, nascido no dia 24 de novembro de 1964 em Recife, é conhecido no meio voleibolista como um dos nomes mais importantes para o vôlei brasileiro. 

Começou sua carreira atuando no time Pirelli, e como integrante da Seleção Brasileira, fez sua primeira atuação nos jogos olímpicos, em Seul no ano de 1988. Foi medalha de prata nos Jogos Pan-americanos no ano de 1991 em Havana e um ano depois foi medalhista de ouro nas Olimpíadas de Barcelona (1992).

Pampa recebeu o apelido no início da carreira por colegas, por sua habilidade de cortada (ataque), comparando-se ao coice de um cavalo pampa. Além disso, em 1995 na Liga Mundial, foi responsável pela cortada mais rápida já registrada até os dias atuais, com 197 km/h, promovido a melhor atacante do campeonato italiano. Atuando pela Seleção Brasileira de Vôlei durante 9 anos, participou de jogos importantíssimos como 5 ligas mundiais, 2 panamericanos, 2 olimpíadas, além de copas do mundo e sul-americanos.

Após sua aposentadoria dos jogos, o ex- atleta dedicou-se a cargos no Ministério do Esporte entre 2000 e 2002 e em secretarias municipais e estaduais do esporte.

A morte de Pampa foi confirmada por sua ex-esposa e pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), que emitiu uma nota de pesar pelo presidente Radamés Lattari:

“Pampa foi um jogador de extremo talento e fez parte da geração que levou o vôlei brasileiro pela primeira vez ao alto do pódio olímpico. Será para sempre referência. É um dia muito triste para todo o voleibol brasileiro. A CBV se solidariza com a família e os amigos deste grande jogador, que escreveu seu nome para sempre na história do esporte mundial”.

A data do velório ainda não foi confirmada, mas o local será no Memorial Guararapes na cidade natal de Pampa.

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