Nicolás Maduro declarou que respeita a decisão do opositor Edmundo González Urrutia de solicitar asilo político na Espanha. Além disso, reafirmou sua vitória nas eleições de 28 de julho e prometeu que os desejos da oposição por paz e harmonia no país serão atendidos, garantindo que a paz prevalecerá.
Nicolás Maduro expressou respeito pela decisão do ex-diplomata Edmundo González Urrutia de solicitar asilo político na Espanha, desejando-lhe sucesso em sua nova vida. Em um programa de TV, Maduro afirmou que compreende a escolha de González e ressaltou que a saída do opositor foi negociada de maneira impecável, embora não tenha revelado detalhes sobre como a negociação foi conduzida.
Clima em Venezuela tenso após eleições
Maduro afirmou que, apesar de ter muitos defeitos, valoriza a palavra e cumpriu seus compromissos tanto pessoal quanto coletivamente, mantendo os segredos de Estado. Ele ressaltou que a negociação da saída de González Urrutia foi feita com total respeito e sigilo. Sobre a sua vitória nas eleições, Maduro declarou que agiu de forma justa e que o país está agora calmo e apoia o resultado das eleições.
González Urrutia, que enfrentava um mandado de prisão e cinco acusações criminais do Ministério Público, chegou à Espanha no domingo. Ele havia se escondido desde 30 de julho, passando um período na Embaixada da Holanda em Caracas antes de ser transferido para a Embaixada da Espanha em 5 de setembro. Seu voo pousou na base aérea de Torrejón, perto de Madri, por volta das 16h (11h no horário de Brasília).
Pelas famílias venezuelanas
González Urrutia afirmou em comunicado que deixou a Venezuela pensando em sua família e nas famílias do país, com o objetivo de evitar “um conflito de dor e sofrimento”. Ele destacou que apenas o diálogo, a democracia e a vontade popular podem restaurar a paz. Segundo seu advogado, José Vicente Haro, a decisão foi tomada em razão do perigo iminente para sua vida. A operação para sua saída, planejada por duas semanas, envolveu o ex-primeiro-ministro espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero e autoridades venezuelanas como Jorge Rodríguez e Delcy Rodríguez, que anunciaram sua partida.
A Justiça venezuelana investiga o candidato por divulgar registros eleitorais em um site que o declara vencedor, acusando-o de desobediência, conspiração, usurpação de funções e sabotagem. María Corina Machado, também investigada, afirmou que pretende continuar na Venezuela para seguir com sua luta, apesar de não ter recebido intimação ou mandado de prisão.