Maduro reage às operações secretas da CIA na Venezuela autorizadas por Trump

Presidente venezuelano criticou as ameaças, acusando a agência central de inteligência de “golpes de Estado” após confirmação de ações clandestinas no país

16 out, 2025
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela | Reprodução/Instagram/@nicolasmaduro
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela | Reprodução/Instagram/@nicolasmaduro

O presidente venezuelano Nicolás Maduro, nesta quarta-feira (15), criticou as operações secretas da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), autorizadas pelo presidente estadunidense, Donald Trump, no país sul-americano. Mais cedo, durante entrevista coletiva, Trump declarou que a agência realiza ações na Venezuela a fim de combater o crescimento do crime organizado no país e na América Latina.

Maduro classificou as medidas adotadas por Trump como um “golpe de Estado” e “guerra psicológica” e, na manhã desta quinta-feira (16), horário de Brasília, realizou várias publicações relacionadas à força militar venezuelana e ao carisma do povo de seu país. Declarando que a Venezuela é uma nação de “gente decente, honesta, trabalhadora, solidária e humana”.

Críticas a Trump e a opositores

Logo após a confirmação de Donald Trump sobre as ações da CIA no país sul-americano, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela emitiu um comunicado oficial através de suas redes sociais, classificando como “belicosas e extravagantes” as declarações do governo dos EUA. A nota ressalta, ainda, que Trump viola gravemente o Direito Internacional e a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), ao realizar investidas contra a Venezuela.


Publicação do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela sobre ações da CIA no país (Foto: reprodução/Instagram/@cancilleria_ve)

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, seguiu na mesma linha de seu líder, Nicolás Maduro. Sem citar diretamente o governo estadunidense, Rodríguez enfatizou que os venezuelanos carregam a herança de Simón Bolívar e defenderão a Venezuela sob qualquer circunstância. Por isso, alertou: “que nenhum agressor ouse” atentar contra o seu país.

Ataques letais

Desde o início de setembro (2025) o governo dos EUA tem realizado ataques no mar do Caribe contra embarcações, supostamente envolvidas com o narcotráfico na região. Segundo informações, estas investidas resultaram em 27 mortos até o momento. O último ataque letal ocorreu na terça-feira (14), matando seis pessoas. A ação foi autorizada pela Casa Branca, a qual, em suas redes sociais, classificou como “ataque cinético letal contra uma embarcação afiliada a uma Organização Terrorista”.



Além de autoridades venezuelanas, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também está apreensivo com a escalada das ações estadunidenses no país vizinho. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15), Petro declarou que, caso a CIA conduza operações em território venezuelano e haja ataque militar, estas investidas podem “respingar” em seu país. Contudo, mesmo diante deste cenário, por se tratar de operações secretas por parte da inteligência dos EUA, Donald Trump não detalhou o que pode advir destas ações e se Nicolás Maduro é um alvo a ser eliminado pela agência.

 

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