Na tarde deste domingo (6), apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, em um ato convocado pelo ex-presidente. A manifestação teve como principal pauta o pedido de anistia para os envolvidos no ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, considerado o mais grave atentado contra as instituições democráticas do país desde a redemocratização.
O evento contou com a presença de diversas lideranças políticas, incluindo os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo, Republicanos), Romeu Zema (Minas Gerais, Novo), Ratinho Junior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás, União Brasil), Mauro Mendes (Mato Grosso, União Brasil) e Jorginho Mello (Santa Catarina, PL).
A manifestação
A manifestação teve início por volta das 14h, com uma oração conduzida pela deputada federal Priscila Costa (PL-CE), que ocupa o cargo de vice-presidente do PL Mulher.
Depois, Michelle Bolsonaro defendeu publicamente a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, detida após usar um batom para pichar a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Entre os manifestantes, muitos trajavam roupas verde e amarela e exibiam batons em alusão ao episódio que transformou Débora em um mártir da narrativa direitista de perseguição política.
Durante a tarde, durante seu discurso, Jair Bolsonaro defendeu a concessão de anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro, criticou o Supremo Tribunal Federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao exaltar sua gestão, destacou a atuação da equipe econômica e mencionou a implementação do PIX como um dos avanços sob seu comando. Ele também alegou que houve uma interferência que teria alterado o desfecho das eleições de 2022.
O ex-presidente ainda comentou sobre sua viagem aos Estados Unidos, feita poucos dias antes de deixar o cargo, e afirmou que, caso estivesse no Brasil no dia dos ataques, provavelmente teria sido preso e estaria “apodrecendo ou até mesmo assassinado”.
Pesquisa sobre anistia
No levantamento do centro de pesquisa da Quaest, divulgado neste domingo, revela que 56% da população brasileira se posiciona contra a anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro de 2022.
Por outro lado, 34% defendem a libertação dos envolvidos, seja por considerarem que não deveriam ter sido presos ou por acreditarem que o tempo de detenção já foi excessivo. Os outros 10% não sabiam ou não responderam.