Brigitte Bardot, maior nome do cinema francês, morre aos 91 anos
Bardot foi ícone do cinema francês, símbolo de liberdade nos anos 1950 e ativista pelos animais; legado artístico e cultural permanecem
A atriz, modelo e ativista francesa Brigitte Bardot morreu aos 91 anos neste domingo (28), segundo confirmaram agências de notícias da França. Imediatamente, a informação repercutiu no meio cultural europeu e internacional. Anteriormente, em outubro, a artista havia sido hospitalizada em Toulon, perto de Saint-Tropez, para uma cirurgia. Contudo, ela recebeu alta no mesmo mês e voltou para casa.
Ícone do cinema francês
Nascida em Paris, em 1934, Brigitte Bardot construiu uma carreira marcante no cinema francês a partir dos anos 1950. Desde cedo, destacou-se por interpretar personagens femininas livres e provocadoras. Além disso, sua imagem rompeu padrões conservadores e transformou comportamentos sociais da época. Assim, Bardot tornou-se um dos maiores símbolos sexuais (sex symbol) do cinema mundial.
O reconhecimento internacional veio em 1957, com o filme “E Deus Criou a Mulher”. A produção gerou polêmica, mas consolidou sua fama global. Posteriormente, seu visual, estilo de vida e postura influenciaram moda, música e comportamento. Por isso, ela foi eleita pela revista Time como um dos nomes mais influentes da história da moda.
Brigitte Bardot em 1963 (Foto: reprodução/John Kisch Archive/Getty Images Embed)
Afastamento do cinema e dedicação à causa animal
Nos anos 1970, Bardot decidiu abandonar definitivamente a carreira artística. Em seguida, mudou-se para Saint-Tropez, na Riviera Francesa, onde passou a viver de forma reservada. A partir disso, dedicou-se integralmente à defesa dos direitos dos animais. Para isso, criou a Fundação Brigitte Bardot, referência internacional na proteção animal.
Apesar do afastamento das telas, sua figura permaneceu presente na cultura pop. Assim, ela continuou sendo citada, homenageada e revisitada por novas gerações. Já no Brasil, sua passagem por Búzios, nos anos 1960, teve impacto após suas visitas, onde a cidade ganhou projeção internacional e status turístico. Em sua homenagem, o município criou a Orla Bardot e instalou uma estátua de bronze à beira-mar. Além disso, sua imagem inspirou músicas, filmes e marchinhas carnavalescas.
Obras marcantes e legado cultural
Entre seus filmes mais lembrados está “E Deus Criou a Mulher”, obra que redefiniu a representação feminina no cinema europeu. A personagem Juliette simbolizou liberdade e transgressão. Outro destaque é “O Desprezo”, de 1963, que explorou a crise conjugal e a mercantilização da arte. No filme, Bardot revelou uma faceta mais contida e dramática.
Já em “Ao Cair da Noite”, de 1958, a atriz protagonizou uma trama de tensão psicológica. O papel comprovou sua versatilidade artística.
Brigitte Bardot no Palácio do Eliseu, em Paris, 2007 (Foto: reprodução/Gilles BASSIGNAC/Getty Images Embed)
Nos últimos anos, Bardot convivia com artrose e recusava procedimentos estéticos. Ainda assim, manteve postura firme e fiel às próprias convicções. Com sua morte, encerra-se um capítulo fundamental da história do cinema francês e da cultura do século XX.
