Nasa envia tripulação para resgate de astronautas presos na Estação Espacial Internacional

Butch Wilmore e Suni Williams estão em laboratório orbital desde junho de 2024

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Foto destaque: Astronautas Butch Wilmore e Suni Williams na Estação Espacial Internacional (Foto: reprodução/Nasa)

A Nasa e a SpaceX lançaram a missão espacial Crew-10, com o objetivo de trazer de volta para a Terra os astronautas americanos Butch Wilmore e Suni Williams, presos na Estação Espacial Internacional (ISS) há nove meses. Uma tripulação partiu rumo ao laboratório orbital nesta sexta-feira (14).

Quatro astronautas que substituirão Wilmore e Suni Williams entraram a bordo do foguete Falcon 9 da SpaceX, que decolou por volta das 20h no horário de Brasília do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Os dois astronautas presos na Estação são veteranos da Nasa e ex-pilotos de testes da Marinha americana. Eles foram os primeiros a voar na cápsula Starliner da Boeing com destino ao laboratório espacial em junho de 2024.


Missão Crew-10 trará de volta os astronautas presos na Estação Espacial (Foto: reprodução/Nasa)

No entanto, defeitos no sistema de propulsão do veículo espacial durante o voo obrigaram Wilmore e William a ficar mais tempo do que o planejado na Estação. Inicialmente, a estadia duraria oito dias, mas a Nasa avaliou que seria arriscado trazê-los de volta em setembro, mês em que a cápsula Starliner retornou à Terra com o piloto automático ativado.

A Crew-10 é uma missão corriqueira de troca de tripulação, no entanto, é crucial para trazer de volta os dois astronautas presos no laboratório espacial. O retorno está previsto para o dia 19 de março, alguns dias após a chegada da nova equipe, que pousará na Estação Orbital na noite de sábado (15).

Questões políticas

O presidente Donald Trump e Elon Musk, que é CEO da SpaceX e conselheiro do americano, afirmaram sem provas que o ex-presidente Joe Biden deixou os astronautas no laboratório por motivações políticas. “Viemos preparados para ficar por um longo tempo, embora planejássemos ficar pouco”, afirmou Wilmore, que não acredita que a escolha da Nasa em mantê-los na Estação Espacial foi influenciada pela política. “Isso é o que o programa de voo espacial tripulado da sua nação é”, disse o astronauta, “planejar para contingências desconhecidas e inesperadas. E fizemos isso.”


Elon Musk e Donald Trump (Foto: reprodução/Jim WATSON /AFP)

A Nasa afirmou que manteve a dupla na ISS para manter o nível mínimo de tripulação. Wilmore e Williams têm realizado pesquisas científicas, além da manutenção rotineira no laboratório orbital.

Retorno antecipado

A volta dos astronautas se trata de uma intervenção incomum de Trump e Musk. A Nasa adiantou a missão Crew-10, agendada para 26 de março, e trocou a cápsula da SpaceX atrasada por uma que ficou pronta mais cedo.

A pressão do presidente e do empresário impactou as normas de preparação e segurança da Nasa. O gerente do Programa de Tripulação Comercial da Nasa, Steve Stich, disse que o “ritmo rápido das operações” da empresa de Musk obrigou a Nasa a alterar algumas das formas de avaliação de segurança do voo.

O chefe de operações espacial da Nasa, Ken Bowersox explicou aos repórteres que a agência teve que lidar com alguns “problemas de última hora”, o que inclui a investigação de um vazamento de combustível em um lançamento recente do Falcon 9 da SpaceX e a deterioração de um revestimento em alguns propulsores da cápsula Dragon.

Bowersox admitiu dificuldade da Nasa em acompanhar a empresa de Elon Musk “Não somos tão ágeis quanto eles, mas estamos trabalhando bem juntos.”

Com a chegada da nova tripulação à Estação, Wilmore, Williams e outros dois astronautas – Nick Hague, da Nasa, e o cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov – retornarão à Terra em uma cápsula que está conectada à estação desde setembro, como parte da missão Crew-9 anterior.

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