O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou na madrugada desta segunda-feira (29) que com 80% dos votos apurados, Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições presidenciais de domingo (28). Edmundo González, principal adversário do Chavista, diz ter recebido 70% dos votos, Estados Unidos, Chile e Peru contestaram os números oficiais.
Conforme declaração da CNE, liderada por um aliado do presidente venezuelano, Nicolás maduro obteve 51,2% dos votos e o principal candidato da oposição, Edmundo González, apenas 44%. O resultado mostra uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos. Os dados finais ainda não foram divulgados por completo.
Minutos depois dos resultados terem sido anunciados, Maduro disse aos seus apoiadores do lado de fora do Palácio Miraflores, sede do governo da Venezuela, que a sua reeleição foi um triunfo da paz e da estabilidade. Com o resultado, favorecendo Maduro ele deverá permanecer no poder em Caracas por mais seis anos, totalizando seus 17 anos no comando da Venezuela.
Oposição e denúncias de Irregularidade nas votações
A oposição, que denunciou as irregularidades, contestou os números publicados pela CNE e afirmou que, nos seus cálculos, Edmundo González teve 70% dos votos e Maduro 30%. Os resultados de duas pesquisas publicadas pela Reuters mostram uma vitória clara de Gonzales.
Em fala breve, Edmundo González disse: “não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada”. Segundo dados do conselho nacional eleitoral do país, 59% dos eleitores participaram da eleição deste ano, registrando um aumento de eleitores em comparação com as eleições de 2018 com 46% do eleitorado total.
Após a divulgação dos resultados, algumas autoridades internacionais questionaram a declaração de vitória de Maduro e pediram uma transparência na contagem dos votos
O anúncio do resultado segundo a CNE surgiu após horas de incerteza (em 2018, os resultados foram publicados no mesmo dia das eleições) e no contexto de reclamações da oposição por irregularidades na contagem dos votos, houve pedidos de vigília nos locais de votação visando viabilizar uma contagem paralela dos votos.
No primeiro boletim de imprensa com resultados parciais das eleições, O CNE relatou que atribuiu a demora para o resultado das porcentagens devido a uma “agressão ao sistema de transmissão de dados que atrasou de maneira adversa a transmissão dos resultados dessas eleições presidenciais”.
Repercussão internacional
Nos Estados Unidos, o secretário de estado Antony Blinken deu uma breve fala sobre eleições venezuelanas, dizendo que existe a preocupação dos resultados não refletirem de fato a vontade dos cidadãos do país.
Já no Chile, o Presidente Gabriel Boric, falou que é difícil de crer nos resultados do regime chavista, e o chanceler peruano, Javier González-Olaechea, condenou as irregularidades com atos extremos de um processo eleitoral transparente.