O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) confirmou nesta sexta-feira (4) novas ocorrências de gripe aviária em São Paulo. A Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) divulgou que três aves silvestres encontradas no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista, testaram positivo para o vírus.
As aves são três Irerês (Dendrocygna viduata), que não residem no parque. O animal é um tipo de marreco, típico da África tropical, das Antilhas e da América do Sul.
Monitoramento do caso
Segundo nota da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) pulbicada nesta sexta, a descoberta não representa risco para a população e nem requer a interdição do local. A SAA informou que “diante do caso, a Defesa Agropecuária, em conjunto com a direção do parque e com a Prefeitura, irá intensificar as atividades de educação sanitária no local a fim de conscientizar a população acerca dos procedimentos que devem ser adotados para evitar a propagação da doença”.
A nota também ressalta que, como a população não está em risco, a produção avícola não sofrerá impacto. O consumo de carnes de aves e ovos é seguro, por isso não acontecerão embargos nas exportações, visto que se trata de infecção em ave silvestre.
Apesar da constatação das aves infectadas no Ibirapuera, o status sanitário do estado e do país não sofrerá alteração diante da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Identificação do vírus
A Influenza Aviária é provocada pelo Vírus de Influenza Tipo A. O vírus em questão é identificado por subtipos, com base nas proteínas de superfície. São 16 subtipos de hemaglutininas (H) e 9 subtipos de neuraminidases (N). São classificadas como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) ou Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP).
As aves mais suscetíveis à doença são as domésticas e silvestres, principalmente as aquáticas, patos e marrecos. A pasta da Agricultura afirma que “o período de incubação da IAAP depende da dose infectante, via de exposição, espécie afetada e capacidade de detecção de sinais, podendo variar de algumas horas até 14 dias”.
Este é um tipo de zoonose que interessa bastante à saúde pública e pode gerar impactos econômicos.
Transmissão da doença
A transmissão do vírus ocorre por contato direto entre as aves, por meio de secreções nasais, oculares e fezes de aves infectadas, ou por contato indireto, pela água, alimento, fômites (objetos inanimados que servem como fonte de infecção), trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, insetos, roedores e outras pragas, cama, esterco e carcaças contaminadas.
A Defesa Agropecuária orienta que a população não entre em contato com aves doentes ou mortas. Caso algum cidadão suspeite de alguma ave com “tremores na cabeça e no corpo, dificuldade respiratória, coriza nasal e/ou espirros, falta de resposta à tentativa de apanha, asas caídas, torção de cabeça e pescoço, incoordenação e perda de equilíbrio”, ou que estiver andando em círculos, deve evitar a manipulação do animal e acionar imediatamente a Defesa Agropecuária.
Registros anteriores
O primeiro caso de gripe aviária em São Paulo em 2025 foi registrado no dia 14 de junho. Uma ave silvestre foi encontrada em Diadema com sintomas de letargia, dificuldade para voar, além de alterações respiratórias e neurológicas.
O LFDA-SP confirmou o resultado positivo de IAAP no final da tarde de 13 de junho, em uma marreca-caneleira, espécie da ave silvestre migratória, sem relação alguma com granjas comerciais ou produtos de alimentos.