A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um relatório que descreve possíveis transformações globais até o final do século atual. O relatório é parte da programação da COP16 Riyadh, evento com foco no combate à desertificação e ocorre até o dia 13 de dezembro em Riyadh, Arábia Saudita. Conforme o relatório, até 2100 5 bilhões de pessoas viverão em regiões áridas. Com dados de 2020, esse número está próximo da metade atualmente.
Desertificação crescente
Pesquisas como o do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), apontam que diversas regiões do planeta estão em processo de desertificação por conta das mudanças climáticas. O estudo do Lapis fala sobre o semiárido brasileiro, que até 2100 poderá se tornar árido. Outras regiões, como o Nordeste brasileiro, apresentam características semelhantes.
A emergência apontada pela ONU mostra que os países precisam criar medidas para conter esse avanço ou garantir que as populações afetadas tenham recursos para se adaptarem às mudanças. Fluxos maiores de migrações por conta do clima são esperados até o final do século, processo gradual que já está acontecendo.
Também por conta das mudanças climáticas, por exemplo, a ilha de Tuvalu está em processo de ser completamente engolida pelo oceano, exigindo adaptação da população ou migração.
Com o processo de desertificação, existe a preocupação quanto a produção agrícola e pecuária das regiões afetadas, que ficarão improdutivas. O relatório da ONU considera dados dos últimos 30 anos para buscar entender os efeitos nas próximas décadas, tendência que pode acelerar ou desacelerar dependendo das medidas tomadas.
“As secas terminam. Quando o clima de uma área se torna mais seco, no entanto, a capacidade de retornar às condições anteriores é perdida. Os climas mais secos que agora afetam vastas terras ao redor do globo não retornarão a como eram e essa mudança está redefinindo a vida na Terra”.
– Analisa Ibrahim Thiaw, Secretário Executivo da UNCCD.
Medidas necessárias
Segundo o relatório, os países poderão buscar melhorias no monitoramento, melhoria no uso das terras e aumento na eficiência hídrica. As medidas poderão conter alguns efeitos, e permitir maior controle.
A publicação da ONU está no documento “The Global Threat of Drying Lands”, que foi publicado nesta segunda-feira (9).