Oposição da Venezuela denuncia prisão de María Corina Machado

María Corina Machado compareceu às manifestações na véspera da posse de Maduro, depois de permanecer meses na clandestinidade

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Oposição da Venezuela denuncia prisão de María Corina Machado
Foto destaque: María Corina Machado durante protesto convocado pela oposição na véspera da posse presidencial, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025 (Reprodução/Federico Parra/Getty Images Embed)

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi detida nesta quinta-feira (9/1), mas , conforme relato de seu partido. A ativista, que havia permanecido escondida por meses, apareceu em um protesto contra a posse de Nicolás Maduro, marcada para esta sexta-feira (10/1). Desde o fim de agosto, ela não se apresentava em público, em meio a uma crescente onda de detenções de opositores e cidadãos comuns.

Protestos na Venezuela

María Corina Machado convocou manifestações para exigir o reconhecimento do resultado das eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais a oposição afirma que Edmundo González teria vencido com 67% dos votos, contra 30% de Nicolás Maduro. A oposição obteve acesso à maioria das atas de votação, mas o governo se recusou a divulgar os boletins das urnas. Durante um protesto nesta quinta-feira (9), Machado discursou para uma multidão nos arredores de Caracas. No entanto, ao deixar o local, foi detida pela polícia de Maduro.


Opositores de Maduro fazem manifestação na Venezuela contra resultados da eleição (Foto: reprodução/AFP/THOMAS COEX/Getty Images Embed)


Este foi o primeiro ato público de María Corina Machado após cinco meses de ocultação, período em que se manteve escondida devido a ameaças do regime de Nicolás Maduro. Seu retorno às ruas aconteceu exatamente na véspera da posse de Maduro para um novo mandato, em meio a denúncias de fraude nas eleições, feitas tanto pela oposição quanto pela comunidade internacional.

Cerca de uma hora e meia após a denúncia da detenção de Machado, ela foi libertada. Fontes afirmam que durante seu sequestro, ela foi forçada a gravar vários vídeos e depois foi liberada. “Nas próximas horas, ela se dirigirá ao país para explicar os acontecimentos”, adicionaram.

Entenda a crise na Venezuela

A oposição venezuelana e a maior parte da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontaram Nicolás Maduro como vencedor com mais de 50% dos votos. Esses resultados, no entanto, nunca foram validados pela divulgação das atas eleitorais, documentos que detalham os votos por mesa de votação.

Em contrapartida, a oposição divulgou as atas que afirma ter obtido com seus fiscais partidários, apontando uma vitória de Edmundo González, ex-diplomata e aliado de María Corina Machado, com quase 70% dos votos. O chavismo, por sua vez, acusa a oposição de falsificar 80% desses documentos, mas não apresentou nenhuma ata oficial para refutar as alegações. O Ministério Público venezuelano, por sua vez, iniciou uma investigação contra González por suposta usurpação das funções do poder eleitoral, intimando-o a depor três vezes.

Após a emissão de um mandado de prisão contra ele, González se asilou na Espanha no início de setembro. Desde o início do processo eleitoral, diversas figuras da oposição foram detidas, com pelo menos 2.400 prisões e 24 mortes registradas após o pleito, de acordo com organizações de Direitos Humanos.

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