No último domingo (30), a cidade de Paris, na França, registrou protestos após os primeiros resultados das votações parlamentares indicarem que a maioria dos votos foram para a extrema-direita no 1° turno das eleições legislativas.
As eleições começaram há três semanas e já registraram participação recorde em 40 anos. O partido Reunião Nacional (RN) saiu na frente durante o primeiro turno, obtendo 33% dos votos. A Nova Frente Popular, bloco com partidos de esquerda, veio logo em seguida, com 28% dos votos, e o bloco de centro do atual presidente, Emmanuel Macron, veio em terceiro lugar, com 20% dos votos.
Como funciona o sistema político da França
O sistema político da França, chamado de semipresidencialista, permite que os eleitores votem nos partidos que irão compor o Parlamento. Logo, o que conseguir mais votos indica o primeiro-ministro, que governará em conjunto com o presidente, este que é eleito em eleições diretas e separadas das legislativas.
Protestos após os resultados das eleições (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Pierre Crom)
Caso o presidente e o primeiro-ministro não sejam dos mesmos partidos, a França entra em um governo de “coabitação”, o que só aconteceu três vezes na história do país. Isso porque, caso o premiê assuma as funções de comandar o governo internamente, pode propor, por exemplo, quem serão os ministros.
O atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, é um aliado de Macron, mas, se as pesquisas se concretizarem, o cargo deve ser assumido por Jordan Bardella, o principal nome do partido de extrema direita de Le Pen, o Reunião Nacional (RN). Após o fechamento das urnas no último domingo, Bardella disse que a votação para o segundo turno, que acontecerá no dia 07 deste mês, vai ser o “momento mais importante da história da Quinta República da França”.
Comparecimento nas urnas
A resposta dos eleitores após os resultados foi grande, tendo em vista que o comparecimento às urnas foi o mais alto em quase 40 anos no país, com índice de 59% do total de votantes. O índice é considerado alto para eleições na maioria dos países da parte ocidental da Europa, onde o voto não é obrigatório.