Mais de 1 milhão de usuários estão envolvidos em redes de pedofilia no Telegram, em que imagens de abuso infantil são trocadas com facilidade. A ausência de medidas de segurança na plataforma contribui para a proliferação desse tipo de crime.
Especialistas em segurança digital entregam ao Ministério Público Federal um relatório alarmante, destacando a participação de brasileiros nos grupos de pornografia infantil e os perigos que o Telegram representa para crianças e adolescentes.
Falhas na segurança do Telegram
Um relatório da SaferNet Brasil revelou a existência de 41 comunidades no Telegram, com diálogos e trocas de material explícito envolvendo crianças. Durante três meses de pesquisa, de julho a setembro de 2024, a ONG identificou mais de 1,25 milhão de usuários nesses grupos, em que metade das palavras trocadas estavam em português, destacando a forte participação de brasileiros.
A plataforma tem sido criticada por sua ausência de moderação eficaz. Thiago Tavares, presidente da SaferNet afirmou que:
Não há times de segurança, canais de denúncias apropriados ou ferramentas de detecção de conteúdo criminoso no Telegram“.
Essas falhas tornam a rede uma zona de conforto para criminosos que compartilham e compram material ilegal.
Facilidade para criminosos e omissão da empresa
O presidente da SaferNet explicou que imagens de crianças postadas inocentemente nas redes sociais podem ser manipuladas com ferramentas de inteligência artificial, transformando-as em conteúdo de exploração sexual. A falta de ferramentas de controle e denúncias permite que esse tipo de crime ocorra livremente.
Pavel Durov, fundador do Telegram, enfrenta processos legais. Em agosto de 2024, ele foi preso na França por não coibir os crimes na plataforma, sendo acusado de omissão. Embora tenha sido libertado, ele está proibido de deixar o país.
Impactos no Brasil e ações legais
No Brasil, autoridades como a Polícia Federal estão intensificando o combate a crimes de pedofilia online. Em setembro de 2024, a operação Terabyte foi deflagrada, resultando em diversas prisões e apreensões em todo o país. Entretanto, a luta contra a pedofilia na internet é um desafio constante, e especialistas pedem mais rigor das plataformas e governantes.
A ausência de moderação e a omissão de grandes plataformas de mensagens destacam a necessidade urgente de regulamentação para proteger crianças e adolescentes desse tipo de exploração. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos e pressiona por ações mais rigorosas contra esses crimes.