O acidente com um balão de ar quente ocorrido no último sábado (21), em Praia Grande, no estado de Santa Catarina, deixou oito pessoas mortas e revelou irregularidades na operação. Segundo nota divulgada nesta segunda-feira (23) pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o piloto responsável pelo voo, Elves de Bem Crescêncio, não possuía licença para atuar fora da prática desportiva. Ainda de acordo com a agência, não há no Brasil nenhuma operação de balonismo certificada para fins comerciais.
A queda do balão, que gerou comoção nacional, foi registrada por turistas que presenciaram o momento em que a aeronave começou a pegar fogo no ar, fazendo com que alguns passageiros pulassem durante a queda. A tragédia ocorreu em uma região turística do Geoparque, onde a prática de balonismo é comum.
Voos de balão no Brasil são classificados como prática desportiva
De acordo com a Anac, voos de balão são permitidos apenas como atividade desportiva, sendo considerados de alto risco devido à natureza da prática. A agência informou ainda que, no Brasil, o balonismo desportivo não exige certificação técnica ou aeronavegabilidade, e cabe ao piloto e aos passageiros reconhecerem os riscos envolvidos.
Vídeo mostra momento que o balão cai em SC (Vídeo: reprodução/Instagram/@pocobranconews)
A empresa responsável pelo passeio, a Sobrevoar, declarou que segue todas as normas estabelecidas pela agência. No entanto, a Anac esclareceu que o balão envolvido no acidente não era certificado e que não havia licença de Piloto de Balão Livre (PBL) emitida para o condutor.
Agência discutiu segurança semana antes do acidente
Especialistas da Anac estiveram no início do mês em Praia Grande, onde participaram de reuniões com representantes do turismo local, do Sebrae, do Ministério do Turismo e da prefeitura. Durante os encontros, foi discutida a regulamentação do balonismo na região e o potencial turístico do Geoparque, que abrange sete municípios catarinenses.
Apesar da possibilidade de certificação para voos comerciais existir no país, nenhum balão havia sido oficialmente validado até o momento. Segundo a agência, o processo de certificação exige que aeronave, empresa e profissional estejam em conformidade com exigências internacionais de segurança.
A investigação sobre as causas da queda segue em andamento. Até a publicação desta matéria, o piloto não havia se manifestado.