A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (12), uma operação em Itaperuna para apurar as ações de um grupo de estelionatários que utilizava um aplicativo de mensagens para se passar pelo técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, e por outros ex-atletas, com o objetivo de enganar jogadores de futebol.
Dorival Júnior, técnico de futebol (Foto: reprodução/Pedro Vilela/Correspondente autônomo/Getty Images Embed)
Operação Mascarado
A operação, batizada de “Mascarado”, contou com a participação de equipes da 19ª Delegacia de Polícia (Tijuca), do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) e da 143ª Delegacia de Polícia (Itaperuna). Essa mobilização envolveu forças policiais de diferentes unidades para coordenar esforços na investigação e combate ao esquema criminoso.
“As buscas realizadas hoje visam apreender materiais em seu poder e na casa de outras pessoas investigadas. Portanto, temos o intuito de esclarecer todos os detalhes deste esquema criminoso”, afirma a polícia em nota.
A 2ª Vara da Comarca de Itaperuna autorizou mandados de busca e apreensão, permitindo que os policiais acessassem dispositivos eletrônicos. Esses materiais serão analisados para auxiliar na investigação e esclarecer os fatos relacionados ao caso.
Investigação
A investigação revela que o grupo se fazia passar por figuras renomadas para solicitar doações a jogadores e treinadores. Em algumas situações, alegavam arrecadar dinheiro para ajudar vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Utilizando IA, é possível clonar a voz de alguém, como um parente ou uma figura de autoridade, com base em amostras disponíveis online. Este caso é um exemplo de como os criminosos estão explorando a tecnologia, incluindo a manipulação de áudio e outros meios digitais, para criar golpes mais sofisticados e difíceis de detectar. A operação continua em andamento, com foco em identificar todos os envolvidos e evitar novos crimes desse tipo.
Os golpistas também criaram um perfil falso de Elias, ex-jogador do Corinthians e Flamengo, para aplicar mais um golpe. A mensagem que circulava, supostamente vinda do atleta, pedia doações para o tratamento de uma criança com uma doença rara. Casemiro recebeu o contato, mas não fez o depósito solicitado. Ao tomar conhecimento do golpe, em 2022, o jogador registrou um boletim de ocorrência para relatar o ocorrido.