A partir de meia-noite desta quinta-feira (10) estrangeiros vindos do Canadá, Estados Unidos e Austrália precisarão apresentar visto de turismo para entrar no Brasil.
Em maio, o governo brasileiro já tinha tomado a decisão, mas o Itamaraty pediu um prazo para definições de regras.
Agora, o Ministério das Relações Exteriores informa que a medida entra em vigor, fundamentada no princípio da reciprocidade. Já que turistas brasileiros também precisam apresentar visto para entrar nesses países.
Ministro do Turismo fala em diálogo
Embora tenha tomado a decisão, o governo brasileiro disse que trabalha nas negociações de acordos de isenção de vistos, baseados no princípio da reciprocidade, com os países mencionados.
Em uma publicação no X, antes mesmo da decisão final do Itamaraty, o ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que o ministério continua empenhado em dialogar com os Estados Unidos e Austrália para eliminar a exigência de visto para brasileiros.
Consequências no turismo
Com a exigência de visto, muitos turistas vindos destes países podem optar por destinos que não possuem essa barreira, como México, Argentina e outros países da América Latina.
Além disso, o processo para ter o visto pode ser considerado burocrático e caro. A taxa de aproximadamente R$ 479 e o tempo necessário para a emissão podem desestimular turistas a passar pelo Brasil.
Turismo no Brasil em 2024
Enquanto isso, dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) revelam que o Brasil recebeu 728.537 turistas vindos dos Estados Unidos, só em 2024. Esse é o segundo maior número registrado na série histórica iniciada em 1990.
Além do destaque americano, o Brasil registrou a chegada de 96.540 canadenses, o maior número em quase três décadas. E da Austrália, vieram 52.888 visitantes durante o ano passado.
Senado se opõe a essa decisão
O Ministério das Relações Exteriores decidiu manter a exigência de vistos, mas o Senado Federal aprovou, em março deste ano, um projeto de lei para suspendê-la para cidadãos da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão.
Em 2024, o governo já havia optado por adiar a isenção de vistos por um ano, uma vez que o governo Lula tem enfrentado resistência para aprovação de projetos no Congresso.