Putin alerta que envio de tropas ocidentais à Ucrânia pode causar Terceira Guerra Mundial

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
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Foto destaque: Presidente Russo Vladimir Putin, eleito para um sexto mandato (Reprodução/Mikhail Tereshchenko/Sputni/AFP/Getty Images Embed)

Em seu discurso de vitória eleitoral à imprensa em Moscou na madrugada desta segunda (18), no horário local, o presidente reeleito Vladimir Putin declarou que a presença de tropas ocidentais na Ucrânia poderia causar uma Terceira Guerra Mundial. Mas o líder russo disse não acreditar que alguém estivesse interessado em tal cenário e que considera negociar um cessar-fogo durante os Jogos Olímpicos que acontecerão em julho, na França.

Declaração no discurso de vitória

Acho que tudo é possível no mundo moderno. Mas eu já disse isso e está claro para todos que isso (conflito entre a Rússia e a Otan) será apenas um passo de distância de uma Terceira Guerra Mundial em grande escala. Acho que ninguém está interessado nisto”, disse Putin. Após dois conflitos bélicos que mudaram o curso da história da humanidade no século XX, dificilmente alguém arriscaria um conflito desta magnitude, em especial agora, com armamentos nucleares disponíveis.
No mês passado, o presidente francês Emmanuel Macron, fez declaração polêmica ao dizer que não poderia descartar a preparação para uma possível invasão, insinuando que a Rússia não iria para se vencesse na Ucrânia, e pediu aos europeus para não serem “fracos” em sua resposta. “Hoje, decidir se abster ou votar contra o apoio à Ucrânia não é votar pela paz, é escolher a derrota. É diferente”, declarou Macron em entrevista à televisão. A declaração não foi bem recebida por alguns líderes europeus.


Presidente francês Emmanuel Macron em uma entrevista sobre a Guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Frances Televisions/AFP/Ludovic Marin/Getty Images)


Macron afirma ser importante que a Europa não sinalize fraqueza perante a Rússia, que a escolha de não responder caso a guerra se espalhe pelo continente, será escolher a derrota. Lembrando que a França foi refém do regime nazista por quatro anos durante a Segunda Guerra Mundial, de 1940-1944. O presidente francês afirmou que a França jamais iniciaria uma ofensiva contra Moscou e declarou seu desejo de que a Rússia pare a guerra e permita que a paz reine.

A resposta de Putin

Com a aproximação de um evento tão grandioso e tradicional como os Jogos Olímpicos, que serão sediados em Paris este ano, uma situação desconfortável entre as duas nações não é recomendável. O Comitê Olímpico condenou a invasão russa em 2022, mas permitiu que os atletas russos competissem de forma neutra nos Jogos de Paris 24.
Putin declarou que as tropas russas estão avançando todos os dias em território ucraniano, que sua campanha ofensiva a Zelensky está sendo bem-sucedida. Em resposta a Macron, Putin disse que espera que a França busque “caminhos para soluções pacíficas. O governo de Macron oferece desde o ano passado ajuda militar à Ucrânia, com o envio de armas e mísseis para a defesa do território.


Os jogos olímpicos de 2024 começarão em julho (Foto: reprodução/Chesnot/Getty Images)


Macron fez um pedido ao presidente russo, o de um cessar-fogo na Ucrânia durante os dezenove dias de competição na Olimpíada de Paris. O governo russo respondeu que está disposto a negociar sobre a pausa, contanto que a França considere os interesses russos e pare de fornecer armamentos à Ucrânia. 

Apesar de seus quatro anos como primeiro-ministro, Vladimir Putin está no poder há décadas e agora ficará no assento presidencial até 2030, graças a mudanças que permitiram que ele conquistasse seu quinto mandato. O conflito na Ucrânia não parece dar sinais de diminuir ou estar mais próximo de se resolver. Apenas o tempo dirá se tanto o medo de Macron quanto o de Putin realmente irão se concretizar.

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